Três anos de apoio da Fapesp à infra-estrutura de pesquisa, em que foram aplicados R$ 328 milhões, revelam resultados concretos em todo o Estado. As pesquisas estão descentralizadas, os laboratórios modernizados e o interior ganhou novas condições de trabalho. Para a quarta fase do programa foram inscritos mais 1.793 pedidos que estão sendo analisados.
PROGRAMA MODERNIZA PESQUISA NO ESTADO
Com investimentos de mais de R$ 320 milhões em três anos, o Programa de Apoio à Infra-Estrutura descentraliza a pesquisa no Estado e chega à quarta fase apresentando resultados notáveis.
Instituído pela Fapesp em 1995, o Programa de Apoio à Infra-Estrutura de Pesquisa do Estado de São Paulo chega à sua quarta fase contabilizando notáveis resultados em favor do desenvolvimento científico. Em pouco mais de três anos, esse programa transferiu para o sistema de pesquisa do Estudo nada menos que R$ 328 milhões, usados na compra de equipamentos e no melhoramento das condições de laboratórios e biotérios.
A quarta fase, que se encontra em andamento, recebeu 1.793 solicitações de recursos - que somam mais de R$ 340 milhões (veja o quadro abaixo). As propostas estão sendo avaliadas e os resultados deverão ser conhecidos ainda neste mês. "Verificamos uma mudança fantástica nas condições de infra-estrutura de pesquisa em São Paulo", entusiasma-se o professor Joaquim José de (amargo Engler, diretor administrativo da Fapesp. "Os avaliadores de outros Estados ficam impressionados com a quantidade de recursos transferida e vários pesquisadores de adiaram suas aposentadorias por causa das novas condições de trabalho oferecidas."
A USP foi a instituição mais beneficiada pelo programa. Nos últimos três anos, foram repassados a laboratórios e Notórios dos seis campi da Universidade valores que ultrapassam R$ 145 milhões. "Esses recursos foram muito superiores ao montante que a USP recebeu do BID", compara Engler, citando o acordo feito em 1986, pelo qual aquele banco repassou à USP R$ 65 milhões em quatro anos, na forma de empréstimo ao governo estadual.
Várias outras instituições de pesquisa também foram contempladas pelo programa. Depois da USP, a Unesp foi a que mais recebeu recursos para melhorar a infra-estrutura - R$ 54 milhões - , seguida pela Unicamp, à qual foram destinados R$ 51 milhões. Foram beneficiados ainda centros de pesquisa ligados a secretarias de listado principalmente das áreas de saúde e agricultura - , instituições federais com sede em São Paulo, a exemplo da Universidade Federal de São Carlos e da antiga Escola Paulista de Medicina, e entidades particulares. "O resultado de ludo isso é que o Estado conta hoje com uma infra-estrutura de pesquisa moderna, que vai gerar mais e melhores pesquisas", afirma Engler.
A área da saúde recebeu a maior porção dos recursos oferecidos pelo Programa de Infra-Estrutura da Fapesp - R$ 66 milhões. Pesquisadores ligados às ciências agrárias obtiveram a segunda maior cota, que passou dos R$ 50 milhões. Outras áreas beneficiadas com recursos foram engenharia (R$ 43,7 milhões), humanas e sociais (R$ 36,6 milhões), física (R$ 30,7 milhões), química (R$ 21 milhões) e biologia (R$ 26,5 milhões).
O diretor presidente da Fapesp, professor Francisco Romeu Landi, destaca que o programa leve o mérito de descentralizar a pesquisa científica no listado, antes restrita apenas aos grandes centros urbanos. "Em qualquer parte do Estado nós vemos hoje excelentes centros de pesquisa", afirma Landi, citando como exemplos unidades da Inesp em Jaboticabal e Araraquara e o campus da USP em Pirassununga. Ele lembra ainda que os recursos da Fapesp permitiram às três universidades paulistas a construção de uma ferramenta imprescindível à pesquisa moderna as redes de informática. Hoje a USP, Unicamp e Unesp estão ligadas ao mundo maças as redes Uspnet, Unicampnet e Unespnet. "Com toda essa modernização, os pesquisadores estão muito mais estimulados a produzir suas pesquisas."
RESERVA TÉCNICA
O Programa de Apoio à Infra-Estrutura de Pesquisa foi concebido e aprovado no final de 1994 com o objetivo de ajudar centros de pesquisa prejudicados pelas mas condições de seus laboratórios. A primeira fase previa a destinação de recursos para dois itens infra-estrutura geral e biotérios. Já na segunda fase, o programa passou a ter cinco itens: equipamentos multiusuários - usados por várias equipes de pesquisadores - , redes locais de informática, infra-estrutura para biblioteca, compra de livros e infra-estrutura geral. A fase três manteve esses itens, com exceção da compra de livros, uma vez que na segunda fase a demanda fora toda atendida. A quarta fase, atualmente em andamento, traz novidades. Pela primeira vez, estão sendo analisados recursos solicitados para a melhoria de museus e arquivos.
Em 1997, preocupada com a manutenção da infra-estrutura obtida com os recursos do programa para o que os centros de pesquisa não dispunham de recursos orçamentários - , a Fapesp concedeu o que chamou de "reserva técnica". Tratava-se de um adicional, no valor de 10% do projeto financiado, que deveria ser usado somente nos serviços de manutenção. Neste ano, a reserva técnica não só foi mantida como também ampliada. O adicional passou a ser de 25% do total financiado, no caso de projetos individuais. No caso dos projetos temáticos, que reúnem vários pesquisadores, esse valor passou a ser de 40%. "Essa é uma forma de evitar a deterioração da infra-estrutura financiada", diz o diretor administrativo Engler.
QUARTA FASE RECEBE 1.793 PEDIDOS
A quarta fase do Programa de Apoio à Infra-Estrutura de Pesquisa do Estado de São Paulo comprova o sucesso da iniciativa da Fapesp. Neste ano, exatamente 1.793 pedidos de recursos foram encaminhados à Fapesp por instituições de pesquisa de todo o Estado. Desse total, 497 (27,7%) foram enviados pela USP, 479, pela Unesp e 308, pela Unicamp. Outros pedidos tiveram origem em secretarias de Estado (274), instituições federais (160), particulares (63) e municipais (12). Em volume de recursos, essa demanda soma R$ 340 milhões. Os projetos estão sendo avaliados. Os resultados deverão ser conhecidos ainda neste mês.
Mais uma vez, foram pesquisadores de saúde que mais fizeram solicitações à Fapesp. Dos 1.793 projetos, 390 (21,7%) estão ligados àquela área do conhecimento. Outras 341 propostas (19%) pertencem às ciências humanas e sociais, 306 (17%), à engenharia e 257 (14,3%), às ciências agrárias. As áreas de biologia, química, física e matemática respondem, respectivamente, por 151, 95, 91 e 67 solicitações. Há ainda pedidos das áreas de geociências, economia, arquitetura e astronomia.
As solicitações feitas só pela USP somam R$ 111 milhões, mais US$ 11,4 milhões - referentes a compras em dólar de equipamentos no Exterior. Esse total está dividido nos cinco itens do programa. Somente no item redes locais de informática, a USP faz pedidos que chegam a R$ 10,8 milhões. A Universidade solicitou ainda R$ 22,4 milhões para bibliotecas, R$ 58,9 milhões para infra-estrutura geral, R$ 10,4 milhões para museus e R$ 8,4 milhões para arquivos - o que totaliza 35% dos R$ 340 milhões pedidos pelos pesquisadores de todo o Estado. Em dólares, as solicitações da USP chegam a US$ 6,5 milhões (redes locais de informática), US$ 322 mil (bibliotecas), US$ 4,3 milhões (infra-estrutura geral), US$ 156 mil (museus) e US$ 2,2 mil (arquivos). "Os projetos estão sendo rigorosamente avaliados por uma comissão de pesquisadores, que analisará principalmente o mérito da proposta", avisa o diretor administrativo da Fapesp, Joaquim José de Camargo Engler.
Notícia
Jornal da USP