A SciPet, empresa nascida em 2016 da incubadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no estado de São Paulo, Brasil, usa métodos de Visão Computacional e Inteligência Artificial na identificação de animais.
O aplicativo para smartphones “Crowdpet” é resultado de pesquisa desenvolvida pela SciPet com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). O produto foi concebido para cruzar duas fontes de dados: as fotos dos animais perdidos cadastradas por seus donos e fotos de animais avistados nas ruas por voluntários.
“O aplicativo estabelece a correspondência entre as duas imagens por meio de métodos computacionais de reconhecimento visual e faz o rastreamento por geolocalização do local onde foi feita a foto do animal perdido”, esclarece Fabio Rogério Piva, CEO da empresa e doutor em Ciência da Computação pela Unicamp.
O produto já está sendo empregado pelo município de Vinhedo, localizado no estado de São Paulo, Brasil. Com o CrowdPet, o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura está fazendo a identificação e o cadastramento de animais perdidos e abandonados nas ruas, com o objetivo de manter um cadastro atualizado para o controle da população – esta ação faz parte do recenseamento, iniciado em julho deste ano, dos animais que participam de campanhas de vacinação.
Ao final da Fase 1 do projeto PIPE, na qual é analisada a viabilidade da proposta, a SciPet chegou a um protótipo capaz de diferenciar, com 99% de acerto, cães e gatos de quaisquer outras imagens. “Mesmo que um usuário fotografe pessoas ou objetos, o sistema só cadastrará fotos dos animais”, explicou Fábio Piva.
O pesquisador explica que os estudos da SciPet constituíram uma das primeiras tentativas de aplicar biometria em animais. “Eles demonstraram que métodos de biometria facial humana não são muito eficazes para efetuar a identificação de cães. Utilizando um método especialmente desenvolvido para animais conseguiram 89% de precisão, o equivalente ao percentual de acerto obtido por um observador humano especialista em cães”, diz.