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Aplicativo transforma gadgets em chave eletrônica (1 notícias)

Publicado em 26 de agosto de 2016

SÃO PAULO - A startup de Campinas Magikey desenvolveu um dispositivo que reconhece o smartphone como uma chave eletrônica para abrir portas. Por meio de um aplicativo, o usuário poderá gerenciar a entrada de convidados a espaços restritos e determinar o tempo que eles terão acesso à entrada local.

A ideia surgiu em 2011 quando os sócios Guilherme Andrigueti, Raul Cardoso e Felipe Pirotta, então alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), notaram como o processo de credenciamento para adentrar prédios e espaços era complicado, além de perceberem o quão casual era ver pessoas perdendo ou esquecendo suas chaves.

"A ideia veio de uma necessidade cotidiana junto com a tendência tecnológica que vivemos", diz Cardoso. "Os smartphones hoje ditam o movimento tecnológico e o adentrar do conceito Internet das Coisas na sociedade facilitam o processo da criação de soluções iguais a essa."

A Internet das Coisas é um conceito que designa conectar aparelhos eletrônicos do dia-a-dia, como eletrodomésticos e meios de transporte à Internet. De acordo com a consultoria americana Gartner, 6,4 bilhões de dispositivos estarão conectados à internet em 2016, 30% a mais que no ano passado.

Pelo aplicativo gratuito, compatível com os sistemas Apple iOS e Android, a chave pode ser configurada para funcionar em horários específicos ou permanentemente.

"Através do smartphone, são cadastrados todos os dados da pessoa e o aplicativo a credencia, permitindo seu acesso. A porta sabe exatamente quem está passando por ela e quem pode passar", explica Cardoso.

Para isso, os celulares e tablets devem obter a tecnologia Near Field Communication (NFC) em sua configuração, responsável por permitir a troca de informações entre os gadgets, por meio de software de banco de dados em nuvem, e o dispositivo da Magikey, instalado nas portas e conectado à rede Wi-Fi, sem necessidade de configurações adicionais.

A Magikey será lançada comercialmente em outubro, porém já trabalha com 8 clientes selecionados, entre eles escritórios, clínicas e coworks. Para solicitar o serviço, é necessário que o cliente demonstre interesse pelo site da empresa.

"Tudo funciona muito bem, mas queremos continuar trabalhando no dispositivo para que não tenha problemas, por isso freamos as vendas para concluir nosso produto", aponta Cardoso. Por ora, a Magikey pretende atuar somente em São Paulo.

A startup fatura com o custo de instalação do dispositivo e sua manutenção. Além disso, a Magikey cobra mensalmente o acesso à plataforma online que permite o cadastramento dos celulares, a gestão de pessoas e a verificação do histórico de movimentação. A startup não revelou o número de seu faturamento atual.

A tecnologia foi desenvolvida com o apoio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e foram aplicados R$ 400 mil para seu desenvolvimento. Os sócios buscam uma nova rodada de investimento e também pretendem desembolsar mais R$ 800 mil para melhoras na tecnologia. Em 2017, a empresa tem previsão de faturar R$ 5 milhões.

 

Para uso cotidiano

De acordo com Cardoso, a Magikey ainda não tem como foco disponibilizar sua tecnologia para residências. "Não faz parte da nossa estratégia por ora, mas temos interesse. É necessário estudar e fazer pesquisa de mercado antes".

No mercado, algumas empresas já oferecem serviços semelhantes aos da Magikey, porém não utilizam de acesso à nuvem para a realização dos seus serviços. É o caso da americana Belkin, que oferece no mercado desde 2012 a linha de produtos Belkin WeMo, que permite ao usuário controlar dispositivos domésticos em sua casa por meio do smartphone pela rede Wi-Fi ou 3G.

 

Arthur Henrique