Mais 30 cidades de Minas vão receber a vacina contra a dengue. As doses chegam em abril a municípios das regionais de saúde de Betim, Uberaba e Uberlândia/ Araguari. No Brasil, são mais 154 localidades. Segundo o Ministério da Saúde, as regiões têm população igual ou maior a 100 mil habitantes.
Em comum, as cidades escolhidas também apresentam altas taxas de transmissão da doença nos últimos meses. O imunizante é destina- do a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público- alvo desta primeira fase da campanha. Essas faixas etárias estão entre os grupos com mais internações da doença.
O esquema vacinal é composto por duas doses que devem ser aplicadas com intervalo de três meses. Essa é a segunda remessa da vacina entregue a Minas. Em fevereiro, 22 cidades receberam o primeiro lote.
MAIS 8 ANOS
Apesar de importante, a estratégia de vacinação para combater a dengue pode levar até oito anos para efetivamente reduzir a transmissão da doença. A avaliação foi feita ontem pelo diretor-geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa. “É importante ressaltar que a vacina que está dispo- nível é uma vacina de duas doses e que precisa de três meses entre uma dose e outra.
Ou seja, a vacina não é uma ferramenta para controlar a transmissão neste momento”, detalhou. “A grande ferramenta de controle da transmissão da dengue segue sendo a eliminação dos criadouros do mosquito”. Jarbas lembrou que o laboratório japonês Tateka, responsável pela produção da vacina Qdenga, possui capacidade limitada de fabricação de doses. O Brasil, neste momento, segundo ele, é o país do continente que mais conta com doses disponíveis para a população em termos absolutos.
O diretor-geral da Opas destacou que, por se tratar de uma vacina recém-aprovada por agências de vigilância sanitária, é importante que os sistemas de saúde nas Américas monitorem o cenário.
Dados de eficácia da vacina para o sorotipo 3 da dengue, segundo ele, são limitados por te- rem sido levantados em um período em que quase não havia circulação do sorotipo. Jarbas também comentou os avanços da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, que se encontra na fase 3 de estudos clínicos. Para o diretor-geral, a vacina, em dose única, pode contribuir positivamente em cenários de transmissão acelerada da doença. “Mas, provavelmente, só estará disponível em 2025”.
Com informações da Agência Brasil