Notícia

Agência C&T (MCTI)

Aparelho da USP aprimora extração de petróleo

Publicado em 13 abril 2008

Um equipamento que irá contribuir no aumento da extração de petróleo em uma rocha sedimentar popularmente conhecida como xisto foi desenvolvido na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Apenas 80% da produção de xisto, na cidade de São Matheus no Paraná, é aproveitada atualmente, para a extração de petróleo, gás e demais derivados. O projeto prevê o aproveitamento dos 20% restantes.

O xisto, chamado folhelho (rocha sedimentar que se divide em folhas) betuminoso, é encontrado em vários estados do Brasil, que tem a segunda maior reserva de xisto do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo divulgou a Agência Fapesp.

"O protótipo do equipamento foi construído para aproveitar o material orgânico dos cerca de 20% restantes da rocha lavrada que, por terem baixa granulometria, acabam sendo devolvidos à mina sem qualquer tipo de processamento", disse Giorgio de Tomi, coordenador do projeto e professor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Poli.

Depois de lavrada, a rocha é transportada para um britador para ser reduzida de tamanho e, em seguida, aquecida em um reator para que o material orgânico seja liberado, pelo processo atual. O xisto contém um complexo orgânico, chamado querogênio, do qual se extrai óleo e gás por um processo de decomposição térmica.

Esse processo da Petrobras para a extração do óleo da parte mais grossa da rocha é conhecido como retorta. A rocha bruta é beneficiada em um equipamento de grande porte que separa a fração orgânica em altas temperaturas. Esse processo não inclui a fração fina¿, disse à Agência Fapesp.

A Petrobras produz, a partir da exploração da rocha sedimentar, produtos como óleo combustível, nafta industrial, gás combustível, gás liquefeito e fertilizantes. "Estamos, no momento, documentando por meio de uma patente esse novo conceito de extração do óleo para, em seguida, formalizarmos convênios para a construção do equipamento em escala industrial", disse Giorgio de Tomi.