Um equipamento que irá contribuir no aumento da extração de petróleo em uma rocha sedimentar popularmente conhecida como xisto foi desenvolvido na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Apenas 80% da produção de xisto, na cidade de São Matheus no Paraná, é aproveitada atualmente, para a extração de petróleo, gás e demais derivados. O projeto prevê o aproveitamento dos 20% restantes.
O xisto, chamado folhelho (rocha sedimentar que se divide em folhas) betuminoso, é encontrado em vários estados do Brasil, que tem a segunda maior reserva de xisto do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo divulgou a Agência Fapesp.
"O protótipo do equipamento foi construído para aproveitar o material orgânico dos cerca de 20% restantes da rocha lavrada que, por terem baixa granulometria, acabam sendo devolvidos à mina sem qualquer tipo de processamento", disse Giorgio de Tomi, coordenador do projeto e professor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Poli.
Depois de lavrada, a rocha é transportada para um britador para ser reduzida de tamanho e, em seguida, aquecida em um reator para que o material orgânico seja liberado, pelo processo atual. O xisto contém um complexo orgânico, chamado querogênio, do qual se extrai óleo e gás por um processo de decomposição térmica.
Esse processo da Petrobras para a extração do óleo da parte mais grossa da rocha é conhecido como retorta. A rocha bruta é beneficiada em um equipamento de grande porte que separa a fração orgânica em altas temperaturas. Esse processo não inclui a fração fina¿, disse à Agência Fapesp.
A Petrobras produz, a partir da exploração da rocha sedimentar, produtos como óleo combustível, nafta industrial, gás combustível, gás liquefeito e fertilizantes. "Estamos, no momento, documentando por meio de uma patente esse novo conceito de extração do óleo para, em seguida, formalizarmos convênios para a construção do equipamento em escala industrial", disse Giorgio de Tomi.