A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta 2ª feira (25.set.2023) o estudo clínico com o uso de células CAR-T, para o tratamento de pacientes portadores de leucemia e linfoma. O Hemocentro de Ribeirão Preto será o responsável pela pesquisa.
O estudo clínico de fase 1/2 incluirá 81 pacientes que já estão na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) e foram tratados por 2 ou 3 tipos de tratamento convencional e não tiveram resposta, disse o diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, Dimas Covas, ao Poder360 . São considerados pacientes de difícil tratamento. Nesses casos, a taxa de remissão é de cerca de 65% a 85%, afirmou Dimas Covas.
O diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto declarou que o próximo passo depois do estudo-clínico é a Anvisa registrar o produto, não mais como um estudo, e ser incorporado ao SUS em definitivo. “O objetivo maior é introduzir esse tratamento no SUS” , disse Dimas Covas.
“É uma boa notícia. Traz um novo alento para os pacientes que não têm tido sucesso com o tratamento convencional. Essas pessoas agora terão a oportunidade de participar desse estudo clínico, que é uma terapia avançada e que traz um alto nível de sucesso” , declarou Dimas Covas sobre a aprovação pela Anvisa.
Os pacientes do estudo clínico têm leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, com o produto de células CAR-T desenvolvido no Hemocentro de Ribeirão Preto. A iniciativa será realizada gratuitamente em, inicialmente, 5 hospitais do Estado de São Paulo:
Hospital da Faculdade de Medicina em Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina em São Paulo da Universidade de São Paulo;
Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas);
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo;
Hospital Sírio-Libanês.
A “fábrica de células” , localizada no Hemocentro de Ribeirão Preto, já está em operação e será responsável por atender a demanda de participantes do estudo clínico e futuramente até 300 pacientes por ano.