As escavações arqueológicas no antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), órgão que era subordinado ao Exército e foi local de tortura e assassinatos de opositores da ditadura militar, serão feitas de 2 a 14 de agosto.
Os trabalhos serão realizados por pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Eles avaliam que os prédios do antigo DOI-Codi/SP são um marco físico que documentam um período brutal da história brasileira, sob permanente disputa.
Nas escavações, os pesquisadores pretendem explorar os vestígios encontrados no local, objetos, estruturas arquitetônicas e registros documentais, para buscar esclarecimentos sobre o passado e compreender os eventos ocorridos durante o período.
Também busca estabelecer uma base sólida para a criação de um espaço de memória de São Paulo, permitindo que diversos grupos da sociedade possam acessar informações e interpretações sobre o passado.
“A investigação rigorosa, o diálogo contínuo com a sociedade e a aliança entre ciência e direitos humanos é um dos caminhos para o conhecimento do nosso passado, visando o fortalecimento da democracia e da construção de políticas públicas efetivas para a consolidação da cidadania”, diz, em nota, o grupo responsável pelo trabalho.
Haverá ainda visitas guiadas às escavações, oficinas com estudantes e professores, além de mesas e debates com ex-presos, pesquisadores e defensores dos direitos humanos.