A ansiedade é uma condição psicológica que ocorre quando há excesso de preocupação com assuntos relacionados ao cotidiano. Contudo, ela passa a ser um problema quando é diagnosticada como um transtorno.
Alguns sintomas causados pela crise de ansiedade são bastante semelhantes aos de um infarto, e isso faz com que a pessoa ansiosa entre em desespero, elevando os níveis do desconforto.
Por causa disso, muitos se perguntam se é possível ter um infarto durante uma crise de ansiedade.
Confira o que dizem os especialistas:
Ansiedade causa infarto?
De acordo com as pesquisas do Estudo Longitudinal de Saúde (Elsa-Brasil), realizado ao longo de 10 anos, as doenças cardiovasculares estão relacionadas aos distúrbios psiquiátricos.
A pesquisa analisou dados de 15 mil participantes, e indicou que pessoas com transtornos de ansiedade e depressão são propensas a desenvolverem problemas cardiovasculares e vice-versa.
Uma análise feita em 13.743 pacientes com idade média de 51,9 anos, pela médica e pesquisadora Claudia Szleif, do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), mostrou que a frequência de diagnósticos de ansiedade em pessoas com saúde do coração intermediária e ruim era de 50% e 20% respectivamente.
INFARTO OU CRISE DE ANSIEDADE? Veja as principais diferenças nos sintomas
Embora haja relação, os médicos ainda não sabem o que vem primeiro
A vice-coordenadora do Elsa-Brasil e co-autora do estudo, Isabela Beseñor, afirmou em entrevista à Revista FAPESP, que em alguns casos é difícil saber se o que vem primeiro são os problemas do coração ou os distúrbios psiquiátricos.
Contudo, ela garante que estudos futuros pretendem identificar se a ansiedade e a depressão podem efetivamente anteceder as doenças coronárias, infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).
ANSIEDADE: sintomas podem durar uma vida inteira; veja dicas para controlar
ANSIEDADE: veja dicas para controlar o ESTRESSE no trabalho
remédios para ansiedade e depressão podem fazer mal ao coração
Durante as fases de estudo do Elsa-Brasil, também foi constatado que pacientes que faziam a ingestão de antidepressivos para reduzir os transtornos psiquiátricos tinham a sua frequência cardíaca elevada em decorrência dos medicamentos.
A variação da frequência cardíaca indicava maior probabilidade dessas pessoas sofrerem infarto ou acidente vascular cerebral.