O ciclo "Grandes temas da astronomia moderna", desenvolvido pela UFSC em comemoração ao Ano Internacional da Astronomia, continua trazendo para Florianópolis personalidades nos estudos sobre o universo. Nesta terça-feira, 25/8, a partir de 19h, no auditório da Reitoria, a universidade recebe a pesquisadora Grazyna Stasinska, do Observatório de Paris, especialista em nebulosas, regiões de formação de estrelas e de galáxias.
Já ministraram palestras abertas ao público os pesquisadores Jorge Quilffeldt, João Steiner, Renan Medeiros e Carlos Wuensche, abordando temas que fascinam, como vida fora do sistema solar, planetas extraterrestres e buracos negros.
Em março, o professor Jorge Quillfeldt,do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lotou o auditório da Reitoria, falando por quase uma hora e meia sobre a hipótese exobiológica, que trata da possíbilidade de existir vida fora da terra. O palestrante, coordenador da primeira disciplina de graduação sobre o assunto numa universidade federal ("Exobiologia"), falou sobre os principais achados na procura recente por indícios de vida microscópica em corpos do sistema solar.
Em abril, João Evangelista Steiner, pesquisador reconhecido no país e também internacionalmente por sua contribuição à astronomia, lotou mais uma vez o auditório da Reitoria. Especialista em astrofísica estelar, galáxias, quasares e astronomia óptica, com mais de 80 artigos publicados em revistas internacionais (e passagens pela direção do Instituto de Estudos Avançados da USP; pela presidência da Sociedade Astronômica Brasileira; secretaria geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; direção de Ciências Espaciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Laboratório Nacional de Astrofísica), Steiner trouxe para a UFSC o tema buracos negros.
Sua fala teve duração de cerca de uma hora - e se prolongou por mais 1h20min, para atender aos questionamentos da platéia, formada não apenas por físicos e astrônomos, mas por professores e estudantes de ciências biológicas, engenharia, letras e economia, entre outras áreas, além de pessoas da comunidade.
Maio foi mês de receber em Florianópolis o astrônomo e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Renan de Medeiros, Integrante de vários consórcios internacionais de caçadores de planetas, José Renan lembrou que, em 1995, 51 Pegasi B, o primeiro planeta descoberto fora do Sistema Solar, quebrou a solidão cósmica, ao ser anunciado na revista Nature. Desde então já foram descritos 320 sistemas planetários, 40 com dois ou mais astros, o que leva a cerca de 400 planetas. Todos orbitam estrelas dentro de nossa galáxia, a Via Láctea. "É um avanço impressionante", destacou o professor em sua palestra, que apresentou uma visão geral sobre a grande aventura humana em busca de planetas extrassolares.
O convidado de junho foi o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Carlos Alexandre Wuensche, estudioso de temas como cosmologia, emissão galáctica em microondas, instrumentação em radioastronomia e radiação cósmica de fundo. "A radiação cósmica de fundo é a mais antiga fonte de observação direta do Universo de que dispomos e uma evidência sólida de que o modelo do Big Bang é a melhor descrição do processo de criação do Universo", explicou Carlos, que há anos estuda os "ruídos" do universo.
Em setembro o convidado será Augusto Damineli, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG-USP). Envolvido com ações de popularização da astronomia há vários anos, o astrônomo escreveu a coluna "De olho no céu", na Revista Fapesp, de divulgação científica da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Especialista em estrelas massivas, é membro do comitê diretor do projeto dos telescópios Gemini, autor de livros, diversos artigos e programas de TV na área de divulgação científica. Entre seus trabalhos mais recentes estão estudos sobre a estrela Eta Carinae, uma das maiores já descritas e sobre a qual é uma das autoridades no assunto.
Em outubro, mês da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC, Florianópolis vai receber o astrofísico Kepler Oliveira, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IF/UFRGS). Ex-presidente da Sociedade Astronômica Brasileira e da União Astronômica Internacional, Kepler trabalha com estrelas anãs brancas pulsantes, com o Whole Earth Telescope e com observações do telescópio espacial Hubble. É membro do Conselho Técnico Científico do Laboratório Nacional de Astrofísica do CNPq e autor de livros e materiais didáticos sobre astronomia, entre eles ´Evolução e Interiores Estelares` .
O ciclo "Grandes temas da astronomia moderna" tem coordenação do professor Antônio Kanaan, do Grupo de Astrofísica da UFSC. As palestras são realizadas a partir de 19h, no auditório da Reitoria, e após o encontro o público é convidado a contemplar o céu noturno com telescópios do Observatório Astronômico da universidade.
Mais informações: (48) 3721-8238 / e-mail: astro@astro.ufsc.br
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Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Saiba Mais:
Com informações obtidas no site Ano Internacional da Astronomia
A Astronomia
É uma das ciências mais antigas e deu origem a campos inteiros da Física e da Matemática. Teve papel fundamental na organização do tempo e do espaço explorados pela humanidade. Forneceu as ferramentas conceituais para a astronáutica, para a análise espectral da luz, para a fusão nuclear, para a procura de partículas elementares. Os observatórios sempre estiveram na fronteira da óptica, da mecânica de precisão, da automação, da detecção e processamento de sinais. Hoje telescópios no solo e no espaço captam informações em todas as faixas do espectro eletromagnético, desde os raios-gama a ondas longas de rádio. Teve e tem profundo impacto no conhecimento.
O Ano Internacional da Astronomia
O uso pioneiro da luneta para observação do céu, com descobertas que revolucionaram a astronomia e impactaram a ciência, completa 400 anos em 2009. Para comemorar essas conquistas a Unesco, por sugestão da União Astronômica Internacional, decretou 2009 como o Ano Internacional da Astronomia. Eventos estão programados por todo o mundo. Atividades no Brasil serão amplas e diversificadas. A expectativa é de que o entusiasmo que as pessoas têm pelas descobertas astronômicas sensibilize para a ciência, melhore o ensino de ciências e atraia jovens para a carreira científica.