Ao analisar amostras de farinha e arroz armazenadas em residências de Ribeirão Preto, os pesquisadores da Universidade de São Paulo identificaram altas quantidades de toxinas fúngicas prejudiciais à saúde. Os resultados do estudo, que contou com apoio da FAPESP, foram divulgados no periódico Food Research International.
A exposição a essas toxinas por meio da alimentação pode desencadear uma série de problemas de saúde, especialmente em crianças e adolescentes. Por isso, é importante armazenar alimentos como grãos e farinhas em locais secos e protegidos de insetos para evitar a contaminação.
Existem mais de 400 toxinas que os fungos produzem, sendo seis delas mais preocupantes por serem carcinogênicas, imunossupressoras ou por atuarem como disruptores endócrinos. Todas as amostras analisadas apresentaram essas seis toxinas, sendo que em algumas os níveis estavam acima do limite tolerado pelos órgãos de saúde.
Essas toxinas podem causar diversos problemas de saúde, como mutações genéticas, lesões no DNA, câncer hepático, imunossupressão, problemas reprodutivos e teratogênese. Por isso, é necessário estar atento aos alimentos consumidos, pois as micotoxinas têm efeito progressivo e podem gerar consequências graves à saúde.
As análises foram realizadas em amostras de alimentos de domicílios de crianças e adolescentes, e um estudo complementar está sendo feito para avaliar melhor o grau de contaminação. A coleta de urina das crianças e adolescentes permitirá avaliar a exposição às micotoxinas e antecipar possíveis efeitos da contaminação, visando à saúde desses indivíduos.