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O Estado do Maranhão

Amazônia: laser é utilizado para mapear clareiras

Publicado em 17 fevereiro 2021

SÃO PAULO - Usando um modelo inovador, um grupo de pesquisadores, liderados por brasileiros, conseguiu mapear clareiras na Amazônia e apontar fatores que contribuem para a mortalidade das árvores na maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo. O estresse hídrico, a fertilidade do solo e a degradação da vegetação influenciam na dinâmica dessas clareiras, segundo estudo publicado na Scientific Reports.

Em relação às áreas mais férteis, o trabalho detectou que elas concentram esses gaps de vegetação. Uma das explicações seria o fato de o abundante material orgânico contribuir para o rápido crescimento das árvores, com uma mortalidade em menor tempo.

Os dados, coletados por meio da técnica LiDAR (sigla em inglês para Ligm Detect ion and Ranging), permitiram analisar lugares longínquos na Amazônia brasileira, onde os trabalhos de campo são muito difíceis e as imagens de satélite podem ser imprecisas, principalmente por causa da grande quantidade de nuvens.

A técnica consiste em lançar de um avião milhares de feixes de laser, que acertam a superfície da terra (seja floresta ou solo) e retornam para o equipamento na velocidade da luz. É possível determinar a altura dos objetos por meio da diferença de tempo entre o disparo e o recebimento do feixe.

Dados com precisão

O método chega a fornecer dados com precisão de cerca de um metro, permitindo mapear as clareiras com muito detalhamento. Por isso, o LiDAR é utilizado, por exemplo, em levantamentos topográficos e para caracterizar a estrutura da vegetação, sendo capaz de modelar tridimensionalmente a superfície do terreno.

“ As regiões oeste e sudeste da Amazônia apresentaram maior quantidade de clareiras, que coincidem com a área próxima ao arco do desmatamento, sob influência humana. Nessas regiões, a dinámica da floresta é até 35% mais rápida do que na área central leste e norte, ou seja, há maior criação de clareiras e mortalidade ”, analisa Ricardo Dal' Agnol, pesquisador na Divisão de Observação da Terra e Geo informática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Na pesquisa, realizada com o apoio da Fapesp, os cientistas usaram um banco de dados com mais de 600 sobrevoos feitos sobre a floresta,