Um artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros revela que a Amazônia corre o risco de entrar em colapso até o ano de 2050, caso medidas urgentes não sejam tomadas. O estudo, publicado na revista Nature, destaca que há cerca de 50% de chances de uma redução substancial na cobertura florestal da região, o que impactaria diretamente a quantidade de água e carbono na região.
Coordenadora do estudo e professora do departamento de física da UFSC, Marina Hirota ressaltou que o colapso previsto não seria total, mas parcial, e aponta para a necessidade imediata de combate ao desmatamento como uma ação crucial que já está sendo implementada.
Além disso, o artigo destaca a importância da restauração ecológica e de estratégias de mitigação das mudanças climáticas, cuja implementação depende de diferentes modelos de governança dentro do Brasil e de outros países amazônicos.
A pesquisa, financiada pelo Instituto Serrapilheira, reuniu 24 pesquisadores de todo o mundo, sendo 14 brasileiros. O estudo alerta para os limites críticos que, se ultrapassados, podem levar ao colapso total ou parcial da floresta, incluindo aumento da temperatura média global acima de 1,5°C, volume de chuvas abaixo de 1,8 mil milímetros, duração da estação seca superior a cinco meses e desmatamento superior a 10% da cobertura original da floresta.
Bernardo Flores, outro coordenador da pesquisa da UFSC, destacou que todos esses limites estão se aproximando e, no ritmo atual, todos podem ser atingidos neste século, alertando para a interação entre eles, que poderia acelerar o colapso da Amazônia antes do esperado.