Artigo destaca o avanço da degradação ambiental na Amazônia, apesar das políticas públicas de proteção. Aponta para a necessidade de ações urgentes e eficazes para combater esse problema.
A degradação florestal na Amazônia representa uma ameaça séria às metas brasileiras de estabilidade climática, alerta o pesquisador David Lapola, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em sua análise, Lapola diferencia degradação de desmatamento, enfatizando que a primeira é mais sutil e prolongada, afetando os serviços ecossistêmicos da floresta de maneira profunda.
Ele destaca que a degradação avança mais rapidamente do que o desmatamento na Amazônia e suas consequências, como menor capacidade de reter CO2 e interferência no ciclo hidrológico, são equiparáveis ou até maiores do que as do desmatamento.
O monitoramento da degradação florestal é complexo e exige aprimoramentos. Atualmente, o governo federal se baseia principalmente em dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter).
No entanto, Lapola e outros especialistas alertam que essas ferramentas podem subestimar a extensão real da degradação, especialmente em relação a fatores como o efeito de borda, que não é facilmente detectado por satélites.
As políticas públicas também são cruciais no combate à degradação florestal. André Lima, do Ministério do Meio Ambiente, destaca a importância de desenvolver métodos mais precisos de monitoramento e ações direcionadas especificamente para enfrentar esse problema.
Ele reconhece o retrocesso causado pela interrupção das políticas ambientais nos últimos anos e destaca a necessidade de intensificar os esforços para controlar a degradação.
Para enfrentar esses desafios, os pesquisadores enfatizam a importância da união de esforços.
Eles defendem a implementação de políticas que promovam práticas sustentáveis e o desenvolvimento socioeconômico da região, visando a preservação dos recursos naturais e o bem-estar das populações locais.
A educação sobre o uso adequado do fogo e outras técnicas de manejo é apontada como fundamental para mitigar os impactos da degradação florestal.
Em suma, é essencial parar o desmatamento e a degradação florestal para garantir a estabilidade climática e o futuro da Amazônia e suas comunidades.
Aumento nos Alertas de Degradação
Entre março de 2023 e 2024, os alertas de degradação cresceram significativamente, enquanto os de desmatamento reduziram, indicando uma mudança preocupante no cenário ambiental.
Complexidade da Degradação Florestal
A degradação florestal, mais sutil e de longo prazo que o desmatamento, compromete os serviços ecossistêmicos da floresta, ameaçando metas climáticas internacionais.
Desafios no Monitoramento
As atuais ferramentas de monitoramento, como o Deter, podem subestimar a extensão da degradação, evidenciando a necessidade de aprimoramentos na vigilância ambiental.
Necessidade de Políticas Direcionadas
União para Enfrentar os Desafios
Diante dos desafios, é crucial unir esforços para deter tanto o desmatamento quanto a degradação florestal, visando preservar os recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica.