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Amamentação diminuiu risco de malária em crianças menores de 2 anos, aponta estudo (43 notícias)

Publicado em 16 de dezembro de 2022

A amamentação é muito importante para os bebês e também para as mães. Agora, um novo estudo acrescentou mais um item a essa longa lista de benefícios. Após acompanhar crianças nascidas entre 2015 e 2016 na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, o trabalho encontrou uma associação entre o tempo de amamentação e o risco de infecção pelo Plasmodium vivax, parasita causador da malária. Entre 435 crianças monitoradas até o segundo ano de vida, aquelas que foram amamentadas por um ano ou mais tiveram uma chance 79,8% menor de serem infectadas.

Os resultados, publicados no Pediatric Infectious Disease Journal, foram obtidos no âmbito do “Estudo MINA – materno-infantil no Acre: coorte de nascimentos da Amazônia ocidental brasileira”, realizado com apoio da FAPESP na região conhecida como Vale do Juruá, que responde por 18% dos casos de malária no país.

A amamentação é muito importante para os bebês e também para as mães. Agora, um novo estudo acrescentou mais um item a essa longa lista de benefícios. Após acompanhar crianças nascidas entre 2015 e 2016 na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, o trabalho encontrou uma associação entre o tempo de amamentação e o risco de infecção pelo Plasmodium vivax, parasita causador da malária. Entre 435 crianças monitoradas até o segundo ano de vida, aquelas que foram amamentadas por um ano ou mais tiveram uma chance 79,8% menor de serem infectadas.

Os resultados, publicados no Pediatric Infectious Disease Journal, foram obtidos no âmbito do “Estudo MINA – materno-infantil no Acre: coorte de nascimentos da Amazônia ocidental brasileira”, realizado com apoio da FAPESP na região conhecida como Vale do Juruá, que responde por 18% dos casos de malária no país.

Realizado sob orientação do pesquisador Marcelo Urbano Ferreira, professor do ICB-USP, o estudo avaliou os dois primeiros anos de vida de 665 crianças, mas só foi possível coletar amostras de sangue de 435. Os pesquisadores fizeram testes sorológicos para três diferentes antígenos do parasita para identificar a exposição das crianças ao Plasmodium vivax, que provoca a malária quando inoculado pela picada de mosquitos.

“Muitos casos são assintomáticos ou com sintomas leves, o que faz com que nem todos busquem auxílio médico e sejam testados. Além disso, os níveis do parasita no sangue podem estar indetectáveis pelo exame de microscopia, usado para diagnosticar a infecção”, explica Marly Augusto Cardoso, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e coordenadora do Estudo MINA.

Segundo os pesquisadores, o trabalho é o primeiro a relacionar o aleitamento materno como fator de proteção contra o Plasmodium vivax, responsável por 85% dos casos de malária na região. Os especialistas citam que os poucos estudos que se debruçaram sobre a relação entre amamentação e malária foram realizados na África Subsaariana, onde predomina outra espécie do parasito, o Plasmodium falciparum, causador de formas mais graves da doença.

O estudo detectou ainda que a infecção por malária na gestação foi um dos principais fatores associados com aumento de risco de malária nos primeiros dois anos de vida. Em se tratando de uma região endêmica da doença, os pesquisadores acreditam que a testagem contínua, pelo menos nas consultas de rotina, seria uma forma de compreender melhor o impacto da exposição à doença nas crianças.

Além disso, os especialistas também alertam para a importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e continuado pelo menos até 2 anos de idade, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em média, nessa população, a amamentação exclusiva ocorreu apenas até os primeiros 16 dias de vida, quando foram introduzidos outros alimentos não recomendados. “Nossa ideia agora é analisar não apenas os dados de malária até os 5 anos de idade, como também verificar o impacto da doença no desenvolvimento das crianças”, declara Cardoso.

Com informações Agência Fapesp, André Julião

Por Crescer Online Com Agência Fapesp