Bruna recebeu o certificado de menção honrosa e a Barros o de melhor apresentação oral
Dois alunos do 5º ano de Ciências Biológicas, Bruna Buch, 25 e Fabrício Saglietti Meira Barros, 24, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) foram os únicos premiados na 7ª Conferência Internacional de Cianobactérias Tóxicas. A apresentação de pesquisas científicas sobre o tema central do evento na língua inglesa concedeu à Bruna o certificado de menção honrosa e a Barros o de melhor apresentação oral do congresso.
Realizada de 5 a 10 de agosto na cidade carioca de Angra dos Reis, a conferência prova a importância da iniciação científica na graduação, afirma a orientadora dos alunos Maria do Carmo Bittencourt-Oliveira, professora do Departamento de Ciências Biológicas e responsável pelo laboratório de cianobactérias da Esalq.
"Preparar os alunos para congressos, tanto na pesquisa como para a apresentação oral, é o papel da iniciação científica dentro das universidades", afirmou Maria do Carmo.
Barros relata que apenas Bruna e ele representaram a iniciação científica brasileira na conferência. "A maioria já eram todos doutores e de outro países", informou Bruna. Os dois bolsistas, um do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e outro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), apresentaram seus estudos entre 200 estrangeiros e para uma bancada de oito pesquisadores de diversas origens como Austrália, EUA (Estados Unidos da América), Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Japão.
Barros falou no evento de uma nova técnica para análise mais barata e rápida da toxina presente nas algas azuis no momento da grande proliferação da planta. Bruna deu exemplos e contestou a forma atual de classificação das algas. "É importe conhecer a ecologia e a fisiologia da cianobactéria para saber como manejar o corpo d'água e evitar que se proliferem. Assim poupamos prejuízos para a saúde e meio ambiente", disse Bruna.
Em 1996, cerca de 70 pacientes de hemodiálise morreram em Caruaru (PE) vítimas de intoxicação pela microcistina presente nas algas. A cianobactéria foi encontrada na barragem que abastecia a cidade, a mesma água utiliza no processo de filtragem do sangue dos pacientes. Atualmente testes são obrigatórios pela portaria número 38 do Ministério da Saúde.