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Alunos recebem prêmio Professor Sérgio Mascarenhas (1 notícias)

Publicado em 25 de abril de 2015

Por Lucas Castro

No final da manhã deste sábado, 25, aconteceu a entrega do Prêmio Professor Sérgio Mascarenhas promovido pela Associação de Ex-Alunos de Materiais (DEMaEx) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A aluna destaque da Turma de Formandos 2014 foi a engenheira Natasha Zocoller Borba, o aluno destaque da Turma de Formandos 2014, engenheiro Vinicius Elias Lima. Entre os alunos e alunas que tiveram excelentes desempenhos na escolha dos premiados, receberam Menção Honrosa as engenheiras Letícia Montes Faustino e Mariana Kayoko Kanashiro e o engenheiro Olavo Serafin Bianchin.

Desde a sua fundação, 2001, a DEMaEx, anualmente homenageia o aluno(a) destaque de cada turma. A partir de 2011, como forma de homenagear o Professor Sérgio Mascarenhas, um dos idealizadores e fundador do curso de Engenharia de Materiais e da própria UFSCar, o prêmio de aluno destaque passou a receber seu nome.

A avaliação do aluno(a) para a agraciação com o prêmio conta inicialmente com uma pré-seleção através do Índice de Rendimento Acadêmico (IRA). Após esta seleção os dez primeiros colocados são convidados a participar de uma segunda avaliação e, aceitando o convite, os mesmos encaminham seu Curriculum Vitae.

A partir do Curriculum, uma comissão designada pelo DEMaEx avalia pontos como e iniciação científica, estágios, participação em congresso, desempenho no PIEEG, e atividades extras como participação em centro acadêmico, empresa júnior e atividades de voluntariado, para finalmente eleger o aluno(a) destaque da turma.

Natasha agradeceu a sua família e professores. “É uma honra receber esse prêmio, é uma colaboração dos meus pais e dos professores que foram importantes na minha formação acadêmica”, destacou.

Lima disse ser realizar um sonho, principalmente da importância do professor Mascarenhas. “É um prazer, ainda mais receber um prêmio que leva o nome do Professor Mascarenhas, um sonho a se conquistar que se concretizou. Hoje devo tudo que aprendi ao Departamento de Engenharia de Materiais. Ser reconhecer é uma conquista”, enfatizou.

Professor Mascarenhas é um exemplo

O professor Sérgio Mascarenhas graduou-se em física na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e em química na Universidade Federal do Rio de Janeiro entre 1947 e 1951. Lá teve aulas com cientistas de porte como César Lattes, Álvaro Alberto e Joaquim da Costa Ribeiro. Após um período como professor nos Estados Unidos, decidiu ir para São Carlos, cidade do interior de São Paulo. Foi convidado para ser professor em Princeton, mas recusou a oferta - preferiu "tentar fazer a diferença no Brasil" (Como ele mesmo diz, "Cientista deve exercer sua função social"). Participou da escola de engenharia da USP e lá criou o Instituto de Física e Química da USP de São Carlos.

Quando o médico, industrial e político Ernesto Pereira Lopes quis criar uma universidade federal em São Carlos, reunindo várias escolas já existentes, recebeu de Mascarenhas uma ideia diferente, a de fazer uma universidade a partir do zero, abrindo as portas para áreas de conhecimento pouco exploradas pela ciência do Brasil até então - como a física do estado sólido.

Ernesto não só concordou como o chamou para ser reitor dessa universidade, a Universidade Federal de São Carlos - UFSCar - em 1968. Em 1972, Mascarenhas criou o primeira Engenharia de Materiais da América Latina, na UFSCar.

Dez anos depois da criação do Instituto de Física e Química na USP, colaborou na criação da Unidade de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação- UAPDIA da Embrapa, hoje Embrapa Instrumentação. L´ desenvolveu, junto com Silvio Crestana, um sistema de tomografia de solo pioneiro no mundo.

Em 2005, Mascarenhas foi diagnosticado com a doença hidrocefalia. Indignado com os métodos invasivos da medicina para o tratamento, onde o crânio do paciente deveria ser perfurado para medir a pressão intracraniana, decidiu pesquisar novas formas de fazer esta medição, o que resultou em um novo método muito menos invasivo, no qual um aparelho é colocado no couro cabeludo do paciente. Esse projeto que revolucionou o tratamento de hidrocefalia, tumores cerebrais e traumatismo craniano, foi desenvolvido em conjunto com a FAPESP e a Organização Mundial de Saúde, na faculdade de medicina da USP de Ribeirão Preto.

Além dessas realizações, ainda fundou o Instituto de Estudos Avançados de São Carlos, da USP, o Instituto de Pesquisas Adib Jatene e o Programa Internacional de Estudos e Projetos para a América Latina - PIEPAL.

Hoje Mascarenhas propõe a criação do curso universitário de Engenharia de Sistemas Complexos, inexistente no Brasil.