BRASÍLIA - Novos dados da avaliação feita pelo Ministério da Educação, envolvendo o aprendizado de Português (linguagem oral) e Matemática no 1º grau, em todo o país, apontam o desempenho dos alunos da Região Sudeste como o melhor, seguido de perto pelos alunos das regiões Sul e Centro-Oeste. Mesmo estando numa situação melhor, os alunos do Sudeste enfrentam sérias dificuldades no aprendizado de Matemática. A situação é mais crítica no 2º ano do 2º grau: o percentual de acertos foi de apenas 22,8%. Quadro semelhante foi verificado entre os alunos da mesma série em outras regiões: Norte, com 20,2%; Nordeste, 20,7%; Sul, 23%; e Centro-Oeste, 21,7%.
A pesquisa, coordenada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica, envolveu alunos das 4ª e 8ª séries do 1º grau e das 2ª e 3ª séries do 2º grau. Os alunos do Norte e do Nordeste obtiveram um percentual de acerto em Português e Matemática menor do que os alunos das demais regiões. Mesmo assim, o Ministério da Educação constata que, hoje, a defasagem entre as cinco regiões é bem melhor do que nas décadas anteriores.
Em outubro, o ministério fará nova avaliação nacional, dessa vez englobando Português (linguagem escrita) e Ciências. Até junho, o ministério vai obter os resultados dessa primeira etapa da pesquisa por estado. Os dados serão tabulados pela Fundação Carlos Chagas e pela Fundação Cesgranrio.
O detalhamento por região permitiu detectar que, mesmo apresentando resultados melhores em Português do que em Matemática, em todas as regiões os estudantes têm dificuldades para compreender textos e se expressar oralmente.
Na Região Sudeste, o maior percentual de acerto em Português foi obtido entre os alunos da 8ª série do 1º grau: 67,7%. Os alunos da mesma série na Região Sul acertaram 66,2%. No Nordeste, o percentual baixa para 54,6%.
Os piores resultados em Português, em todas as regiões, também foram obtidos pelos alunos da 2ª série do 2º grau. Na Região Sudeste, os alunos conseguiram acertar 45,4% das questões propostas. Os da Região Sul, 45,5%; no Norte do país, 38%; no Nordeste, 38,6%; e na Região Centro-Oeste, 42,9%.
"Na 3ª série do 2º grau o índice de acertos aumenta, porque os alunos que atingiram esta etapa são os que estão se preparando para o vestibular. O 2o ano costuma funcionar como um funil", explica a secretária de Avaliação e Desenvolvimento do ministério, Maria Helena Castro. Este melhor desempenho ao término do 2º grau se repete em todas as regiões: no Nordeste, onde o índice de acertos foi de 38% na 2ª série, na 3ª aumenta para 56,5. No Sudeste, o aumento é de 45% para 64,3%.
Para avaliar os alunos do 1º grau, em Matemática, foram usados as seguintes áreas de conteúdo: números e operações, geometria, medidas, análise de dados, estatística, probabilidade, álgebra e funções. Em Português, testes de leitura e interpretação de texto.
Notícia
Jornal do Brasil