Na Escola Estadual Ângelo Scarabucci, em Franca (SP), um aluno autista do 2º ano do ensino médio sofria com o barulho durante as aulas -- a sensibilidade auditiva é um sintoma comum do transtorno.
Os colegas do menino, coordenados pelo professor Henrique Pereira, criaram uma solução simples: um sensor luminoso que acendia sempre que os ruídos estavam acima de 85 decibéis.
A invenção foi uma das vencedoras do Prêmio Ciência Para Todos, uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Fundação Roberto Marinho. Os resultados, divulgados nesta segunda-feira (27), mostram quais foram as melhores soluções elaboradas por alunos e professores da rede pública paulista para problemas da comunidade.
Todos os candidatos participaram de jornadas formativas digitais, nas quais receberam orientação para desenvolverem seus projetos e gravarem vídeos sobre suas ideias.
Como prêmio, os vencedores:
terão suas produções audiovisuais exibidas no Youtube e nas redes sociais do Canal Futura,
além de ganharem uma visita presencial a uma instituição renomada de pesquisa (são 5 opções, como o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da Poli-USP e o Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas da Unicamp).
Veja, abaixo, os outros projetos que ganharam o Prêmio Ciência Para Todos neste ano:
Ensino médio:
"Projeto Zoonoses: A educação na promoção da saúde": Na Escola Professor Arlindo Silvestre, em Limeira (SP), a professora Náyra Rafaéla Vido elaborou com os alunos um projeto de conscientização sobre as formas de se proteger das doenças mais comuns da região: dengue e febre maculosa. Houve palestras, conversas com moradores, tabulação de dados e criação de um jogo.
"Ué, cadê a terra? Uma alternativa sustentável para a melhoria da alimentação e o meio ambiente": Liderado pelo professor Antonio Carlos Coelho, da Escola Estadual Professora Neusa Maria do Bem, em Serrana (SP), o projeto substituiu o uso da terra no cultivo das plantas por água com nutrientes (solução hidropônica). Por meio do reaproveitamento de cápsulas de café (associadas a uma bomba de máquina de lavar roupa), os alunos cultivaram alface e aprenderam a reproduzir a técnica em casa.
Ensino fundamental:
"Mapeamento e detecção da existência de resíduos sólidos na proximidade da escola": A professora Eloiza Linhares, da EMEF Thereza Maciel de Paula, na periferia de São Paulo, buscou mudar o contexto em que o colégio está inserido -- fica próximo a uma caçamba de lixo, com ratos e baratas, e a uma empresa petroquímica que lança poluentes na região. Os alunos aprenderam a reciclar os resíduos, fazer coleta seletiva, montar composteiras e construir uma mini-horta.
"Cultivando amor e esperança": A docente Kethlyn Belmonte, da PEI EE Mitiharu Tanaka, em Várzea Paulista (SP), criou uma horta para incentivar os alunos a uma alimentação saudável -- cultivaram melissa, hortelã, alface, couve, quiabo, beterraba, melancia, tomate e manjericão, com recursos científicos para melhorar os resultados. A união da turma foi um ponto forte do projeto.