BRASÍLIA - Novos dados divulgados pelo Ministério da Educação sobre a avaliação do ensino básico no país mostram que os estudantes da 2a série do segundo grau são os que têm o pior desempenho em . Matemática. O índice de acertos nos testes aplicados em questões envolvendo números e operações foi de apenas 22% no que se refere à compreensão de conceitos, 25% nos conhecimentos de procedimentos e 18% na resolução dos problemas.
O desempenho dos alunos do primeiro grau na avaliação de Matemática (4ª e 8ª séries), em geral, foi melhor. Mesmo assim, os acertos ficaram abaixo dos 50%: 41% em compreensão de conceitos; 31% em conhecimento de procedimentos e 31% em aplicação ou resolução de problemas. Em geometria, os alunos de segundo grau conseguiram acertos mais significativos em compreensão de conceitos (48%) e conhecimento de procedimento (41 %). Mas na aplicação ou resolução de problemas o índice de acerto caiu para 23%.
Os testes aplicados no ano passado pelo Sistema Nacional de Avaliação Básica (SAEB), em 126 mil estudantes de escolas particulares e públicas, envolveram Língua Portuguesa (habilidade de leitura) e Matemática. O índice de acertos em Português foi melhor do que em Matemática. Até o final do ano, serão aplicados novos testes em Português (linguagem escrita) e Ciências.
Desistência - Ao avaliar os resultados em Matemática dos alunos da 2ª e 3ª séries do segundo grau, a secretária de Informação e Avaliação Educacional do MEC, Maria Helena Guimarães, explicou que o desempenho obtido no último ano melhora porque os alunos mais fracos costumam desistir. Enquanto o nível de acerto nas questões envolvendo medidas, por exemplo, atinge 10% entre alunos da 2ª série, na 3ª o índice sobe para 52%. "Isso não quer dizer que houve um melhor desempenho geral, e sim que os que estavam menos preparados desistiram de enfrentar o vestibular", constata a secretária.
Além dos resultados da pesquisa sobre o desempenho dos alunos em Matemática e Português (linguagem oral), o MEC já está tabulando os resultados de outro trabalho, envolvendo a evasão de alunos no 1° e 2° grau. Os dados mostram que, mesmo com as deficiências no aprendizado, de forma global, entre 1989 e 1994 um maior número de brasileiros conseguiu concluir a 8ª série do primeiro grau e a 3ª série do segundo grau.
Enquanto em 1989, de cada 100 alunos, apenas 50 terminavam a 8ª série, em 1994 esta proporção aumentou de 100 para 72 alunos. No segundo grau, em 1989,42 em cada 100 alunos concluíam a 3a série e em 94 o número aumentou para 51.
A situação no Nordeste continua crítica. Nos estados da região, o quadro, em 1994, permaneceu igual ou pior do que o registrado em 1989.
Notícia
Jornal do Brasil