Os impactos das mudanças ocorridas na economia brasileira durante a década de 1990 na indústria nacional são avaliados pelo pesquisador Jefferson Ricardo Galetti, graduando do quinto ano de Ciências Econômicas da Faculdade de Ciências e Letras FCL/UNESP, campus de Araraquara.
Financiada pela agência FAPESP, a pesquisa de Jefferson, como indica o título: "A Inserção Internacional da Indústria Brasileira: Um Estudo a Partir das Mudanças Recentes nos Fluxos de Comércio Externo de Produtos Selecionados dos Setores Aeronáutico e Têxtil", centra-se nos setores têxtil e aeronáutico, com a finalidade de apontar a posição do Brasil nas cadeias produtivas mundiais destes setores.
O objetivo do trabalho consiste em apontar onde o Brasil se encontra dentro das cadeias produtivas destes dois setores, e quais as alterações nesta posição levadas pelas reformas da década de 1990.
De acordo com os resultados obtidos com o levantamento de dados realizado durante a pesquisa, Galetti afirma que no setor têxtil, especificamente, aumentaram as exportações dos produtos de menor processamento (insumos, algodão, fios) e diminuiu a parcela dos bens finais (camisetas, calças, etc) além de ter diminuído o valor médio por quilo exportado (US$/Kg). "Desta forma podemos dizer que o país vem vendendo mais por um preço médio menor", confirma o pesquisador.
Outro fator interessante é a continuidade da dependência externa por produtos têxteis sintéticos e artificiais, cuja demanda interna ainda é suprida através das importações, pois o parque produtivo nacional se concentra em produtos de algodão e seus derivados. A conclusão que se pode tirar deste cenário é que a inserção externa do país neste setor vem piorando ao longo da década de 90 e início dos anos 2000, observa o pesquisador.
Por sua vez, o cenário do setor de aeronáutica é oposto. Levado por incentivos públicos durante décadas, o setor capitaneado pela Embraer, empresa nacional que figura na lista das quatro maiores empresas do mundo no setor, vem aumentando significativamente o valor médio dos produtos exportados.
Durante os anos
Para Galetti, que foi pesquisador do Grupo de Estudos