Anualmente, a cidade de São Paulo gasta R$ 885 mil com a disposição e transporte de resíduos da arborização urbana, como galhos, ramos, folhas, raízes e troncos. São cerca de 50 mil toneladas de material ocupando até 4,4% do volume dos aterros sanitários.
Segundo Mariana Cerca, graduanda em Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), a dificuldade quanto à destinação desse tipo de resíduo ocorre devido ao seu grande volume e às características que inviabilizam a compactação e aumentam o risco de combustão.
Sob o contexto de falta de modelos adequados para o gerenciamento dos resíduos, no segundo semestre de 2010, o "Curso de Formação de Gestores Públicos: Gestão de Resíduos da Arborização Urbana nos Municípios do Estado de São Paulo" foi oferecido a partir de um financiamento do Fundo de Cultura e Extensão da USP. Com a realização de encontros e a apresentação de bases conceituais e metodológicas, os participantes elaboraram propostas para suas cidades de origem.
Os municípios com menos de 35.000 habitantes do Estado de São Paulo foram analisados por Mariana Cerca em seu projeto de iniciação científica "Gestão de Resíduos da Arborização Urbana em Pequenos Municípios do Estado de São Paulo". Com apoio da Fapesp e orientação de Adriana Nolasco, o trabalho busca desenvolver um plano de gerenciamento de resíduos da arborização para esses municípios de pequeno porte no Estado de São Paulo.
Em seu projeto, a estudante afirma que o primeiro passo para obter o gerenciamento correto dos resíduos é reduzir ao máximo sua geração, reutilizá-los em menor grau antes de descartá-los e, por fim, encaminhá-los para a reciclagem.
Com o projeto, Mariana Cerca foi uma dos quatro brasileiros premiados pelo Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais, fruto de uma parceria mundial entre a Bayer e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, da Agência USP de Inovação e da Universia. Os ganhadores apresentarão, na Alemanha, seus projetos para jovens de 17 países e discutirão diferenças entre as questões ambientais e soluções para problemas comuns. Os brasileiros ainda visitarão as instalações ambientais da empresa, o Ministério do Meio Ambiente alemão, universidades e museus científicos em Berlim e Leverkusen.