Prêmio destaca alunos de 36 áreas oferecendo medalha e bolsas de estudo para pós-doutorado
Aluna do programa de pós-graduação de entomologia da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), Ana Lia Parra-Pedrazzoli foi a vencedora, na área de ciências agrárias, da segunda edição do prêmio Capes de Teses. O prêmio, oferecido pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), destaca alunos de 36 áreas, oferecendo medalha e bolsas de estudo para pós-doutorado.
Na mesma área, o pós-graduando Tiago Osório Ferreira, do programa de solos e nutrição de plantas da Esalq, recebeu menção honrosa pelo seu trabalho Processos Pedogenéticos e Biogequímica de Ferro e Enxofre em Solos de Manguezais.
Dois alunos da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) também foram destacados com menções honrosas: Luciano José Pereira (Avaliação Morfológica, Funcional e Sensorial do Sistema Mastigatório) e Morgana Eli Vianna (Microbiologia e Tratamento de Infecções Endodônticas).
O trabalho de Ana Lia com o título Isolamento, Identificação, Síntese e Avaliação de Campo do Feromônio Sexual do Minador-de-citrus tem importante aplicação prática na área de citricultura, já que cria armadilhas para dominar a expansão de uma das principais pragas da cultura da laranja. "O feromônio sexual é aquele cheiro volátil que a fêmea exala para atrair o macho e garantir a reprodução da espécie. Cada espécie tem um feromônio específico, e após muita pesquisa em laboratório, eu consegui identificar o do minador-de-citrus, que depois foi sintetizado por uma empresa do Japão", conta.
Foram longos anos de trabalho, que começou em 2000, quando Ana Lia ainda fazia mestrado e estudou os hábitos sexuais dessa espécie —— que segunda ela, é bem pequena, tem alguns milímetros em média, mas provoca grandes estragos nas plantações de laranja. "Eu descobri que as glândulas da fêmea ficam ativas num horário específico, no comecinho da manhã. Então consegui identificar o feromônio dessa praga que ataca em vários países", diz a agrônoma.
A maior vantagem, segundo Ana Lia, é a eficácia demonstrada por essa armadilha. "Minha pesquisa mostrou que uma fêmea virgem atrai até 30 machos, enquanto esse composto chega a atrair até 1.000", revela.
Feliz por ter o trabalho reconhecido —— "esse é o melhor prêmio", diz ——, Ana Lia ainda não sabe quando vai aproveitar a bolsa que tem direito, já que é bolsista da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) até março, podendo ter o prazo prorrogado por mais um ano.