O principal instrumento federal de financiamento à pesquisa e inovação, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), está recuperando sua capacidade de investimento. No ano passado, foram investidos R$ 9,96 bilhões do fundo em projetos de pesquisa para universidades e empresas, representando um aumento de 80% em relação a 2022 e quatro vezes mais do que o disponibilizado nos anos entre 2016 e 2019. Uma mesa-redonda realizada na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) discutiu o futuro do FNDCT e reuniu recomendações para ampliar sua capacidade de financiamento, a serem incorporadas a um plano decenal a partir das contribuições do evento. A mesa foi coordenada pelo físico Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Carlos Américo Pacheco, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, sugeriu medidas para aperfeiçoar o FNDCT. Ele destacou a importância de aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento para elevar o esforço brasileiro para 1,6% do PIB em 2028. Isso incluiria um aumento tanto no gasto público quanto no privado. Pacheco ressaltou a necessidade de fazer com que os recursos públicos incentivem investimentos privados em inovação, citando estratégias adotadas por instituições como a Embrapii e a FAPESP.
Uma das sugestões de Pacheco foi utilizar o saldo financeiro do FNDCT, que era de R$ 18,9 bilhões no final de 2023, em operações de crédito para empresas inovadoras. Outras propostas incluem a alocação de recursos do Fundo Social e a simplificação dos Fundos Setoriais. Jefferson Gomes, diretor de inovação da Confederação Nacional da Indústria, e Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências, também participaram da mesa-redonda, abordando desafios e propostas para o fomento da ciência e inovação no Brasil.
Para mais informações, acesse: https://5cncti.org.br/.
Informações da Agência FAPESP