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Alteração do olfato ou paladar pode estar ligado a problemas de memória (65 notícias)

Publicado em 04 de agosto de 2022

Um estudo publicado por uma equipe de brasileiros nos Arquivos Europeus de Psiquiatria e  Clínica observou que pessoas que tiveram mais sequelas sensoriais após contrair a -19 também tiveram pior desempenho em testes de memória cognitiva.

O resultado do estudo corrobora  anteriores à  que apontavam a perda do olfato como sinal precoce da doença de Alzheimer, sugerindo que existe uma ligação entre a região do cérebro responsável pela memória e aquela que interpreta os estímulos do olfato .

O estudo de pesquisadores brasileiros acompanhou 701 pacientes internados com  moderada ou grave no Hospital das Clínicas da  de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) entre março e semelhantes de 2020.

“O olfato é uma conexão importante com o mundo externo e está  relacionado às experiências passadas. O cheiro de bolo, por exemplo, pode nos lembrar da nossa avó. Em termos de conexão cerebral, ele interage com a memória de forma muito mais robusta do que a visão e a audição”, diz o otorrinolaringologista Fábio Pinna, um dos autores do artigo.

Os pacientes foram acompanhados por seis meses após a alta hospitalar e o funcionamento do olfato e paladar foi medido por meio de questionários. A sequela sensorial mais detectada (20%) entre os pacientes foi redução moderada ou severa do paladar, seguida de redução moderada ou severa do olfato (18%), redução concomitante do paladar e olfato (11%) e parosmia (9%). , o que significa uma alteração olfativa onde cheiros antes agradáveis ​​são percebidos como ruins.

Testes neuropsicológicos para medir funções cognitivas, incluindo memória, atenção e velocidade de pensamento, mostraram que pessoas que apresentavam comprometimento moderado ou grave do paladar tinham mais dificuldades do que outras em memorizar uma lista de palavras. Os voluntários que tiveram perda concomitante de olfato e paladar também apresentaram comprometimento significativo da memória episódica (de curto prazo, relacionada à atenção).

“Não encontramos nenhum sintoma psiquiátrico [ansiedade ou depressão, por exemplo] associada à perda de olfato e paladar. Mas, como esperado, observamos que a atenção e a memória episódica foram mais prejudicadas em pacientes com maiores alterações quimiossensoriais”, comenta Rodolfo Damiano, doutorando da FM-USP e primeiro autor do artigo. “Esse achado corrobora a hipótese de que a -19 tem, de fato, impacto na cognição e que suas perdas não se devem apenas a questões psicossociais ou ambientais”, avalia.

 Metro World News Brasil

By Globo