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Alimentação dos pais pode influenciar na obesidade dos filhos, alerta estudo (41 notícias)

Publicado em 19 de dezembro de 2022

Por Nathan Vieira

Em estudo publicado na revista científica Food Research International, cientistas ressaltaram a influência da alimentação dos pais na obesidade dos filhos. Segundo a equipe, essa interação acontece por conta do eixo intestino-cérebro, sistema que conecta os dois órgãos e tem relação direta com problemas metabólicos.

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Para chegar a essa descoberta, a equipe analisou proteínas e outros fatores relacionados a doenças metabólicas em roedores, em busca de alterações que pudessem resultar na suscetibilidade a doenças. O experimento consistiu em induzir a alimentação hipercalórica aos roedores, e então fazer um exame de sangue e uma análise dos tecidos dos filhotes.

Na prática, os pesquisadores analisaram a expressão de genes codificadores de proteínas envolvidas na ativação da resposta imune inata, na permeabilidade intestinal e nos estimulantes do apetite, além da homeostase energética — que pode ser definida como um estado de energia constante que o corpo humano procura manter para um desempenho ideal.

Através da análise, os pesquisadores puderam ver que, quando o pai se alimentava com uma quantidade exagerada de gorduras e açúcares, isso impactava a prole com alterações com o aumento de ativação de vias inflamatórias no hipotálamo, uma região cerebral envolvida no controle do apetite.

No estudo, os autores também revelam alterações em fatores associados à homeostase energética, o que leva ao aumento do processo inflamatório e de ganho de peso. Com 90 dias de idade, os ratinhos também mostraram alterações nos parâmetros de controle de fome e saciedade.

A conclusão do estudo é que a alimentação tanto do pai quanto da mãe pode modular as bactérias na microbiota intestinal da prole e programar sua suscetibilidade a doenças metabólicas. Segundo os pesquisadores, isso serve de alerta para o planejamento de uma gestação, por exemplo, que deve vir acompanhado de mudanças no estilo de vida, para diminuir os riscos de obesidade no filho.

Fonte: Food Research International via Agência FAPESP