Notícia

DCI

Agroceres, Embraer e Rhodia fazem parcerias para apoiar inovações

Publicado em 09 novembro 2004

Por Paula Posi
São Paulo - Um medicamento natural feito a partir do veneno da jararaca, melhoria na aerodinâmica de aeronaves e a produção de papel com menores custos são alguns dos projetos desenvolvidos pelo Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa (Uniemp), em parceria com empresas e base acadêmica das universidades. O Uniemp surgiu há 12 anos, por iniciativa de um pequeno grupo de empresários e educadores. "Somos os tradutores, porque entendemos a linguagem e o ritmo de trabalho de cada um", afirma Waltcr Cirillo, presidente da Rhodia latino-americana e do instituto. O fórum se auto-sustenta a partir de projetos feitos com instituições como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de Campinas (Unicamp). Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Butantã e com empresas como a Rhodia J. Macedo, Siemens, AB Citrus, Copersucar, Gerdau e Caloi. Em parceria com a Agroceres-PIC (Pig Improvement Company) e a Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz' (Esalq), o Uniemp viabilizou o desenvolvimento de um projeto que utiliza técnicas de biologia molecular para auxiliar o programa de melhoramento genético de suínos - através da análise do DNA do animal, é avaliado o potencial genético para característica de produção. A Embraer foi outra que buscou o apóio do instituto para desenvolver dois projetos que visam melhorar o cálculo da aerodinâmica das aeronaves. Com isso, a empresa pretende que seus aviões decolem de aeroportos mais cintos, diminuam o consumo de combustível e tenham maior alcance. O fórum também promete novidades no setor de medicamentos. Trata-se do Evasin - um anti-hipertensivo natural, feito a partir do veneno da jararaca. O remédio terá menos efeitos colaterais e está em fase de testes pré-clínicos. O projeto que requer um investimento de cerca de R$ 60 milhões, deve chegar às farmácias brasileiras dentro de cinco anos. A Rhodia. que investe cerca de 2% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento, conta com o apóio do instituto para firmar contratos de um ano de bolsas de estudos em iniciação científica e pós-doutorado para projetos na área de Físico-Química de Sistemas Poliméricos. "O objetivo da Rhodia Mundial é de que cerca de 5% a 10% do faturamento provenham de produtos feitos de inovação lançados a menos de cinco anos", diz Cirillo. Outra pesquisa de destaque é a "Alteração da qualidade da madeira em eucalipto", desenvolvida em parceria com Cia Suzano de Papel e Celulose e a Esalq. O objetivo é obter material genético com mais qualidade e que possibilite a diminuição nos custos do processo industrial da produção de papel. Cirillo diz que esse esquema de parcerias dá certo porque "o brasileiro gosta da inovação, é adaptável, e a base acadêmica é boa". Faltam, no entanto, incentivos para pesquisas - o que pode, na sua opinião, trazer projetos de muitas multinacionais para o Brasil. Além disso, ele diz que a taxa de impostos para pequenas e médias empresas é incompatível com o que ocorre no resto do mundo. "É preciso facilitar a vida dessas empresas." Paula Posi