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AgeRio abre linhas de crédito para fomento de empresas fluminenses: inscrições até esta sexta (5 notícias)

Publicado em 27 de fevereiro de 2020

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Por Ana Carolina Diniz

A agência estadual de fomento AgeRio, em parceria com a Faperj, destinará até R$ 30 milhões para micro, pequenas e médias empresas sediadas no Rio que tenham projetos voltados à inovação. As inscrições vão até esta sexta-feira, dia 28.

— Pedidos na faixa A, de até R$ 200 mil, serão integralmente subvencionados pela Faperj. Já nos pedidos de até R$ 600 mil ou de até R$ 3 milhões (faixas B e C), a participação da Faperj será de até 50%, e o restante virá sob forma de financiamento da AgeRio. Os projetos serão selecionados por um comitê formado pelas instituições de fomento do estado— explica Alexandre Rodrigues, presidente da AgeRio.

Além deste edital para inovação, a agência opera linhas de financiamento da Finep e do Fungetur. Há ainda linhas de crédito do microcrédito produtivo orientado, voltadas para projetos sustentáveis.

Empreendedores que já utilizaram os recursos da agência de fomento listam os benefícios — como as taxas muito baixas — e os riscos deste tipo empréstimo.

A Temakeria Cia, rede de restaurantes de culinária oriental, solicitou recentemente R$ 800 mil à AgeRio para a abertura da unidade do Jardim Botânico, inaugurada em dezembro. Já é a terceira filial da empresa.

— O processo é um pouco trabalhoso, por passar por diversas etapas. O que contribuiu para a aprovação é que já tínhamos duas casas com bons resultados — conta Rafael Monnerat Torres, um dos quatro sócios.

Em 2013, o empreendedor Marcelo Ramos teve a ideia de abrir um bistrô de cervejas artesanais no Complexo do Alemão. Para melhorar a estrutura da loja, ele usou o financiamento da AgeRio.

— Hoje, já estamos no terceiro financiamento, usado para equipar a loja do shopping Carioca — explica Ramos, que vende mais de 300 marcas de cerveja.

Também no ramo da alimentação, o grupo Alento — das marcas Billy The Grill e Vizinhando — utilizou o crédito para abertura de lojas, readequação de outras ao novo padrão visual das redes, troca de equipamentos e como capital de giro.

—Conhecemos a AgeRio em uma apresentação realizada na ABF-Rio. Iniciamos um relacionamento até firmarmos um convênio, o que facilitou e acelerou o processo de concessão de crédito para as lojas franqueadas — explica Luiz Henrique Costa, diretor financeiro da rede, que diz que a demora para liberação é um dos poucos entraves: — Mesmo com o convênio, é mais demorado tirar crédito com a agência de fomento do que com bancos privados. Muito disso se deve à legislação vigente e aos processos que eles são obrigados a cumprir para a liberação. Mas, no final, vale a pena pelos benefícios.

Para a executiva Jandaraci Araújo, ao pensar em utilizar linhas de financiamento — seja de agências de fomento, fintechs ou bancos — o empresário deve fazer um planejamento financeiro, para não se endividar e acabar comprometendo a continuidade do negócio:

— Após essa avaliação, pesquisar as melhores taxas e prazos. E atenção especial às taxas adicionais, como taxa de abertura de crédito etc. Simule o valor das prestações para avaliar se cabem no seu fluxo de caixa sem comprometer a saúde financeira da empresa.

Renato Claro, sócio da Kick Off Consultores, lembra que há no mercado linhas de financiamento voltadas ao empreendedor de primeira viagem. Mas a recomendação é que o primeiro negócio seja estabelecido com recursos próprios.

— Precisamos desmistificar a questão do financiamento como forma de impulsionar os negócios. É preciso que as pessoas entendam que um financiamento a 7% ao ano para um negócio que gera uma rentabilidade de 18% ao ano pode ser saudável. Não se pode confundir financiamento para investimento com financiamento para capital de giro ou mesmo de cheque especial — afirma.

No caso de crédito de agências de fomento, Marcus Quintella, coordenador do MBA em Empreendedorismo e Desenvolvimento de Novos Negócios da FGV, afirma que o empresário deve avaliar também a rigidez do processo seletivo.

— Seja AgeRio, BNDES, Faperj, Fapesp: para chegar ao final, é preciso ter um projeto sustentável e sólido. É preciso chamar atenção que em todas as fases — análise cadastral, análise de risco — há pagamentos de taxas. O interessado vai gastar dinheiro em excesso sem garantia de que será aprovado.

Na hora da comparação, Quintella salienta que é preciso entender que há uma diferença conceitual entre as agência de fomento e os bancos.

— A AgeRio tem linha de financiamento, e o banco faz empréstimo. O financiamento está atrelado a um projeto, a um cronograma, a plano de negócios. Existe a vinculação a etapas, e o dinheiro é liberado conforme a evolução do projeto. No banco, ele pega o dinheiro e usa para o que quiser.

Planos, taxas, prazos e carências

  • Crédito Simplificado (até R$ 300 mil) AgeRio Prazo: até 60 meses Carência: até 18 meses Taxa mensal: a partir de 0,80%
  • Crédito para Franquias (investimento e expansão) AgeRio Prazo: até 60 meses Carência: até 18 meses Taxa mensal: a partir de 0,70%
  • Crédito para Máquinas e Equipamentos (aquisição) AgeRio: Prazo: até 60 meses Carência: até 18 meses Taxa mensal: a partir de 0,70%
  • Crédito para Inovação (Finep): Prazo: até 96 meses Carência: até 24 meses Taxa mensal: a partir de 0,56%
  • Fomento ao Turismo (Fungetur): Prazo: 240 meses Carência: até 60 meses Taxa mensal: a partir de 0,76% (taxa variável e atrelada ao INPC)
  • Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe): Sebrae disponibiliza na AgeRio, Banco do Brasil, Bradesco e Santander. O objetivo é complementar as garantias exigidas por instituições financeiras para financiar as MPEs. Está sempre aberto, mas quem disponibiliza é a própria instituição financeira, de acordo com regulamento, condições e garantias dessas instituições. O empresário não tem que ir até ao Sebrae.TCA: 0,1% x Número de meses (inteiros) x Valor da garantia. Para MEI, para desenvolvimento tecnológico e inovação, até R$ 100 mil