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Agente biológico combate praga da cana em Sorocaba (SP) (1 notícias)

Publicado em 12 de outubro de 2006

Por Graziela Delalibera

Pesquisa custeada por usinas da região de Sorocaba (SP), junto com a Fapesp, Unicamp e Instituto Biológico, alcançou bons resultados com o controle biológico no combate a pragas de solo que atacam a cana-de-açúcar. O projeto foi desenvolvido pelo biólogo Laerte Antônio Machado, do Centro Experimental de Campinas do Instituto Biológico.
No controle do Migdolus fryanus, conhecido como broca do rizoma da cana e normalmente controlado com inseticidas, ele conseguiu bons resultados usando nematóides entomopatogênicos. O rendimento das áreas tratadas com inseticida foi de 4 a 5 toneladas/hectare. A produção tratada com nematóides foi de 14 a 15 toneladas/ha.
Os nematóides são produzidos em escala comercial em países como Estados Unidos e Canadá, mas pouco utilizados no Brasil. Inicialmente, Machado levantou a ocorrência dos organismos no Estado. Isolou 20 espécies, trabalhando com apenas uma.
Segundo ele, a pesquisa iniciou por volta de 2000 e está sendo desenvolvida no laboratório do Instituto Biológico em Campinas. Os nematóides foram espalhados pela área cultivada junto com o plantio, o mesmo que é feito com os inseticidas. Os plantios experimentais foram monitorados durante três anos.

Bactéria mata inseto
Os plantios experimentais foram feitos conforme o sistema convencional das usinas. A área foi dividida em parcelas que receberam inseticidas, nematóides e em que nada foi adicionado.
O biológo Laerte Machado disse que o que mata o inseto é uma bactéria que o nematóide carrega no intestino. Ele disse que, colocados no solo, os nematóides localizam o inseto, entram por suas aberturas naturais (boca, ânus e espiráculos) e liberam as bactérias que o levam à morte por infecção generalizada.
Uma outra fase da pesquisa vai desenvolver métodos de produção de nematóides em laboratório, visando maior escala.