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Agência Fapesp destaca pesquisa da Unisanta sobre contaminação por cocaína na Baía de Santos (29 notícias)

Publicado em 05 de setembro de 2024

A Universidade Santa Cecília foi destaque em matéria publicada no dia 4 de setembro pela Agência FAPESP, que abordou a preocupante contaminação da Baía de Santos, em São Paulo, por cocaína.

A pesquisa, liderada pelo professor Camilo Dias Seabra, bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Cecília (Unisanta), revelou que a Baía de Santos está sendo afetada por um contaminante emergente: a cocaína. Este estudo, em colaboração com a Unisanta, identificou a presença da droga não apenas na água, mas também em sedimentos e organismos marinhos em toda a região do litoral paulista.

Cientistas coletam amostras de sedimento na Baía de Santos para monitorar contaminação por cocaína.

Droga se tornou um contaminante emergente na região e já afeta organismos marinhos, como ostras e mexilhões. Em vídeo, pesquisadores explicam como é obtido material para os estudos geoquímicos.

Além de poluentes oriundos das atividades portuária, industrial e do esgoto doméstico, a Baía de Santos tem sido afetada por um contaminante emergente que hoje está presente não só na água, mas também em sedimentos e organismos marinhos: a cocaína.

Neste vídeo produzido pela Agência FAPESP, o problema é relatado pelo biólogo Camilo Dias Seabra, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

No âmbito de um projeto apoiado pela FAPESP, o grupo de Seabra e colegas da Universidade Santa Cecília (Unisanta) identificaram pela primeira vez, em 2017, o acúmulo de cocaína e outras substâncias derivadas de remédios em água superficial na Baía de Santos e efeitos biológicos em concentrações ambientalmente.

Os pesquisadores encontraram, em amostras de água coletadas na região, ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco, entre outros medicamentos, além de cocaína em concentração equivalente à da cafeína – um indicador tradicional de contaminação, pois, além de ser consumida por meio de bebidas como café, chá e refrigerantes, está presente em vários medicamentos.

Essas descobertas se baseiam em estudos geoquímicos feitos em testemunhos de sedimento estuarino. No vídeo, é possível acompanhar como é feita a coleta dessas amostras e de animais na região do emissário submarino da Baía de Santos. De acordo com Seabra, a partir desses estudos, foi possível estimar que a cocaína passou a se acumular no estuário de Santos a partir da década de 1930, mas as concentrações da droga na região saltaram nas últimas décadas.

Algumas das explicações para esse aumento é que a região é uma das principais rotas de tráfico da droga da América do Sul para a Europa. Além disso, a região, a exemplo de outras no país e no mundo, enfrenta o problema do aumento de usuários de drogas ilícitas, como a própria cocaína e o crack.