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Aeroportos determinaram dinâmica de disseminação de coronavírus no país

Publicado em 24 março 2020

Por Da redação

'Fluxo de pessoas em aviões por diferentes aeroportos pode determinar como uma epidemia se propagada entre países e dentro de países com dimensões continentais, como o Brasil", aponta pesquisa preliminar

Fluxo de passageiros em aeroportos do país pode ter sido decisivo em relação à dinâmica de propagação do novo coronavírus no Brasil, conforme pesquisa preliminar de pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp).

Depois de compilar o total de vôos entre aeroportos brasileiros em 2019, estudiosos agruparam o fluxo de aviões por Estado, indicando a intensidade de pousos e decolagens em diferentes regiões. A partir de tais dados, os pesquisadores passaram a monitorar, pela imprensa, como os casos se espalhavam por entre os aeroportos brasileiros. Depois, eles passaram a compilar dados oficiais disponibilizados pelo governo federal.

Ao cruzar essas informações, sempre por meio de cálculos matemáticos, calculou-se a vulnerabilidade de cada Estado ao contágio viral. "Nossas análises indicam uma associação entre essa medida de centralidade e a data do primeiro caso registrado", indica um boletim publicado pelo professor associado do departamendo de ecologia, instituto de biociências da Universidade de São Paulo, Paulo Roberto Guimarães Junior, e pelo doutor pelo programa de pós-graduação em ecologia da mesma instituição, Leandro Giacobelli Cosmo.

De acordo com o informe, a apuração "talvez indique quais Estados são mais vulneráveis, por causa do tráfego aéreo, a mais rapidamente serem atingidos por uma epidemia".

"Talvez esse exercício, no futuro, motive medidas de prevenção baseadas na estrutura em rede formada por nossos aeroportos", indicam os estudiosos, que fazem uma ressalva: "É importante notar que os dados disponíveis na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) são informações apenas de vôos diretos e não temos a informação sobre a origem e o destino de passageiros em vôos com conexões. Ainda, os dados de casos confirmados estão sujeitos a muitas fontes de erro, especialmente em um país que optou não testar todos os casos suspeitos. Desta forma, essa análise é bem preliminar, apenas para ganhar alguma intuição sobre o problema".