O mundo acaba de ganhar uma poderosa arma contra a febre amarela e a dengue. Um consórcio internacional de pesquisadores, que incluiu cientistas brasileiros, anunciou o mapeamento genético do mosquito que propaga as doenças, o Aedes aegypti fornecendo pis tas importantes para o seu combate. O estudo foi publicado na revista "Science".
O mapeamento está sendo visto como uma arma especialmente importante contra a dengue porque não existe vacina contra a doença — diferentemente do que acorre com a febre amarela.
— A idéia é que se possa achar ferramentas de combate ao mosquito mais específicas — disse o coordenador da parte brasileira do estudo, Sergio Verjovski Almeida, da Universidade de São Paulo.
Os produtos atualmente disponíveis agem sobre as moléculas comuns a praticamente todos os mosquitos. O conhecimento do genoma pode levar à identificação de moléculas exclusivas do Aedes.
Os cientistas descobriram também que o mosquito tem grande quantidade de moléculas relacionadas ao olfato — então é possível imaginar interferir usando determinados tipos de cheiro. Outra possibilidade é alterar geneticamente o mosquito, tomando o incapaz de transmitir a doença.
Os cientistas brasileiros trabalharam junto comespecialistas do Instituto Pasteur. O custo foi de US$ 440 mil, divididos entre a instituição e a Fapesp.