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Adiada primeira expedição de navio oceanográfico (1 notícias)

Publicado em 13 de junho de 2013

Navio de pesquisa que fará sua primeira expedição a partir do Porto do Recife fica pronto dia 26. O Alpha Delphini, em construção num estaleiro em Fortaleza, mede 25 metros de proa à popa e terá como missão na costa pernambucana estudar o ciclo de carbono, relacionado ao aquecimento global.

O coordenador local do projeto, Manuel Flores, estima que dois dias depois de concluída a montagem do navio ele esteja no Recife. "Houve um atraso e o estaleiro pediu 20 dias de prorrogação do prazo", justifica o professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A pesquisa é realizada em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e tem financiamento das agências de fomento à ciência dos dois Estados, a Fapesp e a Facepe. Intitulada "Estudo do equilíbrio do ciclo do carbono na região costeira e de seu potencial transporte oceânico", prevê nessa fase cinco viagens até a Ilha de Itamaracá. O barco levará a equipe diariamente, pela manhã, e retornará no final da tarde.

Um dos principais vilões das mudanças climáticas, explica a responsável pelo projeto na USP, é o aumento do dióxido de carbono na atmosfera. Ela lembra que o CO2 é um gás do efeito estufa, processo responsável pelo aquecimento global. "Conhecer o ciclo do carbono em diferentes regiões costeiras e oceânicas do mundo é fundamental", considera Elisabete de Santis Braga, do Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica do Instituto Oceanográfico da USP.

Segundo navio oceanográfico da USP, o Alpha Delphini custou R$ 5 milhões. "E mais cerca de R$ 1 milhão, até o momento, que corresponde aos equipamentos fundamentais à pesquisa instalados na embarcação", detalha a pesquisadora. "Vamos essencialmente compreender o papel da dinâmica oceânica do carbono na região costeira do litoral de Pernambuco, na Região Metropolitana de Recife, incluindo a foz do Rio Capibaribe e bancos de algas calcárias no Litoral Norte", adianta.

NORONHA

Haverá ainda coletas no Arquipélago de Fernando de Noronha, que funcionará como um ponto controle na região oceânica, para efeito de comparação dos resultados. O trabalho inclui a determinação dos teores de carbono transportados pelo Rio Capibaribe e afluentes, além de processos de acidificação marinha.

O fenômeno, agravado pela poluição, também está relacionado ao ciclo de carbono. Os pesquisadores, nessa jornada do Alpha Delphini, pretendem verificar se a acidificação já se instalou ou é apenas uma ameaça no litoral pernambucano.