O professor da Escola Politécnica da USP Francisco Romeu Landi se recusava a dizer que a engenharia é uma ciência exata. Para ele, a principal finalidade do trabalho do engenheiro é o bem-estar da sociedade. Por isso, ainda que trate de cálculos matemáticos, chips e softwares, essa área do conhecimento não pode deixar de estar intimamente ligada ao ser humano e à sua condição. A idéia de servir à sociedade também conferia a Landi uma perspectiva otimista sobre a engenharia civil — área a que estava ligado na Poli desde os anos 60 — no Brasil. "A engenharia civil tem um enorme espaço pela frente, se levarmos em conta o déficit habitacional. Há a necessidade de construção de ruas, avenidas, comunicações, drenagem, esgotos e estradas ligando as comunidades. A própria conquista da Amazônia e do oeste brasileiro se fará, sem dúvida, com o engenheiro civil", disse o professor numa entrevista. Atual diretor-presidente da Fapesp, Landi ainda consolidou um notável trabalho em favor da pesquisa científica. No dia 22 de abril, quinta-feira da semana passada, aos 71 anos, o professor teve uma parada cardíaca e se despediu da vida, deixando muitos ensinos a ser seguidos.
Notícia
Jornal da USP