A Gafisa Construtora começa a usar em suas obras um novo adesivo para substituir o uso de pregos, produzido com tecnologia nacional. Sem solventes orgânicos e à base de água o adesivo AD 1400 foi desenvolvido há menos de um mês pela pesquisadora Wang Shu Chen, proprietária da Adespec Adesivos Especiais. A Adespec foi criada em 2001 no Centro Incubador para Empreendimentos Tecnológicos (Cietec) e participa da T Mostra Paulista das Incubadoras, que termina amanhã, na capital.
Entre os principais negócios realizados pela empresa estão a produção de 3,5 toneladas do adesivo para a Gafisa e uma parceria de distribuição com uma madereira.
O mercado nacional de adesivos movimenta cerca de R$ 100 milhões anualmente, segundo Chen. A pesquisadora já patenteou os nomes Prego Líquido, Cola Piso e Cola Rodapé - variações do AD1400, com aplicações em plástico, madeira, metal, fórmica, assoalhos e diferentes tipos de borracha.
Para criar o produto a incubada recebeu cerca de R$ 200 mil de incentivos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e investiu mais R$ 100 mil. A Fapesp teve papel determinante na realização do projeto, como a Universidade de São Paulo e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que me receberam de braços abertos, afirmou a pesquisadora. O retomo do investimento é esperado para o final deste ano ou em alguns meses.
Antes de ser desenvolvido no Brasil, o adesivo era importado. O ganho para a balança comercial do País é grande. "Além da criação de empregos, a indústria entra no rol de países tecnologicamente desenvolvidos. O Estados Unidos e a Europa usam o adesivo líquido há mais de uma década", afirmou Chen.
Formada em engenharia química pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Chen passou por empresas como Brascola, Centro de Pesquisa Souza Cruz, Henkel Loctite e a Petrobras. Para ela, a experiência adquirida ao longo de 20 anos de carreira e a preocupação com a ecologia foram os principais incentivos para a empreitada científica.
A Aspec espera criar um pólo industrial no interior de São Paulo e já está em negociação com empresas para uma parceria. "O País está tecnologicamente quebrado. É hora de sermos mais patriotas e investirmos em nós", disse a engenheira que espera absorver 10% do mercado de nacional de adesivos.
Notícia
DCI