Agricultura, biotecnologia e meio ambiente são algumas áreas nas quais o Brasil pode dar sua contrapartida em processos de parceria com o Reino Unido, segundo John Hanson, diretor-geral do Conselho Britânico, que está promovendo (desde ontem e até amanhã), em Curitiba, a Conferência Britânica sobre Inovação e Transferência de Tecnologia. O evento, segundo Hanson, pretende marcar a fase de ampliação nas relações entre os dois países - de tradicionais convênios com universidades e instituições de pesquisas para transferência de tecnologia para empresas.
"O Brasil é um produtor de tecnologias, está apto a trocas efetivas nesta área", comentou Hanson.
A conferência pretende, justamente, detectar melhor e analisar com mais profundidade todas as possibilidades de intercâmbio. Serão discutidos, por especialistas brasileiros e britânicos, temas relacionados a "joint ventures", licenciamentos, patentes, propriedades intelectuais e incubadoras tecnológicas.
A primeira palestra foi do diretor da British Technology Group (BTG) Peter Tanner, que explicou que a comercialização de produtos desenvolvidos, via transferência de tecnologia, gira anualmente cerca de US$ 600 bilhões, gerando, para as indústrias específicas desse setor, como é a BTG, mais ou menos 5% desse total - cerca de US$ 30 bilhões -, grande parte advinda do comércio entre multinacionais. A BTG, criada como entidade pública em 1948, foi privatizada em 1992 (adquirida por funcionários e capitalistas interessados em investimentos de riscos) e gira, anualmente, US$ 30 milhões. Possui 1,5 mil invenções comercializadas, cobertas por 9 mil patentes, 461 licenças. "A maior parte dos licenciamentos são de idéias adquiridas no Reino Unido. Mas os mais lucrativos são os do exterior", explicou Tanner. A empresa, hoje a maior do mundo em negócios de transferência de tecnologia, tem acesso a invenções de universidades e institutos de pesquisas, mas, segundo Tanner, está cada vez mais interessada por fontes particulares - inventores autônomos.
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Gazeta Mercantil