Após 14 dias de negociação, os termos finais da Cúpula Clima de Baku (COP-29), capital do Azerbaijão, parecem repetir o fracasso das edições recentes, quando todas as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa emperraram em negociações que revelam o poder do lobby da indústria petrolífera por sobre os governos. Para especialistas ouvidos pela Pesquisa FAPESP , o montante de dinheiro destinado aos países mais pobres para executar medidas de mitigação do aquecimento global e seus efeitos é insuficiente. Apesar de o fundo global ter triplicado em relação ao atual, que expira em 2025, os US$ 300 milhões anuais são apenas 25% das metas originais, além de não considerarem uma desvalorização monetária ao longo do tempo. Para diversos estudiosos, os valores a serem investidos em uma transição real dos modelos de desenvolvimento alcançam pelo menos alguns trilhões de dólares. No fim das contas, os impasses globais permanecem intactos, o que já antecipa o contexto da próxima edição da Cúpula, que será realizada em Belém.