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Acidez do mar põe camarão em risco

Publicado em 02 dezembro 2014

Acidez do mar põe camarão em risco. É o que concluem pesquisadoras da Unesp em São Vicente ao simular mudanças dessa característica da água até o final do século.

 

O estudo

Para estudar os efeitos futuros para os animais marinhos da região m decorrência da mudança na acidez do mar, duas professoras da Unesp em São Vicente estão desenvolvendo pesquisas nessa área. A bióloga Alessandra da Silva Augusto orientou um estudo que acompanha e observa a fisiologia do camarão-de-sete-barbas simulando um habitat mais ácido. Estudo mostra que o potencial hidrogênico (PH) do mar, que hoje fica entre 8 e 8,2 deve chegar a 7,3 em 2100. É o pior cenário que temos. Pegamos essa situação provável e real e acompanhamos as alterações fisiológicas que ocorreram com o camarão.

 

A elevação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera pode interferir, e muito, na vida marinha, levando à extinção de algumas espécies. O CO2, também conhecido como gás do efeito estufa, é liberado no processo de respiração dos seres humanos e na queima de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel, querosene e carvão, e acaba sendo absorvido pelo mar, alterando a acides da água (acidificação oceânica).

 

Para estudar os efeitos futuros para os animais marinhos da região em decorrência dessa mudança, duas professoras do Câmpus Experimental do Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Vicente, estão desenvolvendo pesquisas nesta área. A bióloga Alessandra da Silva Augusto orientou um estudo que acompanha e observa a fisiologia do camarão-de-sete-barbas simulando um habitat mais ácido.

 

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática, criado pela Organização Meteorológica Mundial e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para fornecer informações científicas, técnicas e socioeconômicas das mudanças climáticas, o potencial hidrogênico (PH) do mar, que hoje fica entre 8 e 8,2, deve chegar em 7,3 em 2100. É o pior cenário que temos. Pegamos essa situação provável e real e acompanhamos as alterações fisiológicas que ocorreram com o camarão, explica a professora. O animal foi escolhido pela quantidade na região e pelo interesse econômico.

 

A principal mudança foi no metabolismo do animal, que ficou no estado basal aquele que se atinge quando se está dormindo. A menos acidez do mar não indica necessariamente que ela vá morrer, mas pode crescer menos e não se reproduzir, o que pode levar ao fim da espécie, afirma Alessandra.

 

Outro problema ocorre quando o CO2 se dissolve na água do mar, formando o ácido carbônico, que a torna mais corrosiva para conchas e esqueletos de organismos marinhos.

 

Economia Pesqueira

A gente tem que entender o que pode acontecer com todas essas mudanças, avalia a professora Tânia Márcia Costa. Ela começa a desenvolver com seus alunos outra frente, que pretende projetar como pode ser a pesca do camarão-de-sete-barbas para as próximas décadas. O estudo deve contar com a participação da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

 

As professoras da Unesp também pretendem desenvolver outros projetos em conjunto sobre o tema. Essa parceria neste assunto traz bons resultados. Um complementa o outro, conclui Tânia.

 

Fonte: Jornal A Tribuna. Domingo, 30 de novembro de 2014. Caderno Cidades. p. A-13

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