Quem quiser aliar diversão e conhecimento pode fazer um passeio diferente, agendando uma vista ao Museu de Paleontologia e Estratigrafia “Prof. Dr. Paulo Milton Barbosa Landim”, do Departamento de Geologia Aplicada (DGA), do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da Unesp, Câmpus de Rio Claro. Instalado no prédio do DGA, o acerco do Museu tem cerca de 40 mil espécimens, entre fósseis e rochas sedimentares, provenientes de várias regiões do Brasil, inclusive do exterior. São peças encontradas nas bacias sedimentares brasileiras ou conseguidas por meio de aquisições.
“A associação entre rochas sedimentares e fósseis não é gratuita. Geralmente os fósseis são encontrados em rochas sedimentares”, explica o Prof. Dr. Reinaldo J. Bertini, coordenador do Museu. O docente explica que o Museu de Paleontologia e Estratigrafia possui quatro coleções distintas: expositiva, pesquisa, didática e depósito. A primeira é destinada para exposição ao público, a segunda para uso de professores, pesquisadores e estudantes, a terceira é utilizada nas aulas em laboratórios de aulas práticas e a quarta é formada por peças que não se enquadram nas três categorias anteriores, que são usadas para doações e trocas com outras instituições.
O acervo é exposto ao público em ordem cronológica, dos fósseis mais antigos para os mais recentes. Quem for ao Museu poderá encontrar peças com mais de um bilhão de anos, e outras com milhares de anos. Há amostras de vegetais, vertebrados e invertebrados fósseis. Dentre os materiais disponíveis para exposição, os visitantes podem conferir uma mostra de estruturas e rochas sedimentares e materiais fossilizados, como répteis do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos), pegadas de dinossauros e mamíferos do Período Jurássico (201,6 - 145,5 Ma) e alguns materiais de crocodylomorfos do Período Cretáceo (145,5 - 65,5 Ma).
O professor conta que o Museu de Paleontologia foi criado em 1991 com fósseis contrabandeados, apreendidos pela Polícia Federal, e doados para a Universidade. As peças doadas deram início ao acervo do Museu, fundado pelo Prof. Dr. Paulo Milton Barbosa Landim, que também foi um dos criadores do Curso de Geologia em Rio Claro. Aos poucos, o acervo foi sendo incrementado ao longo dos anos com recursos da Reitoria, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex) e do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas), que financiam pesquisas e expedições.
Bertini explica que muitos espécimens do acervo foram obtidos através de trabalhos de campo de pesquisadores e estudantes em várias regiões do país, onde existem rochas sedimentares. O destino da viagem depende do material que está sendo procurado. Na região de Rio Claro, por exemplo, podem ser encontrados rochas e fósseis do Período Permiano. Os materiais do Período Cretáceo são característicos do Oeste paulista e da região do Triângulo Mineiro. O professor explica que busca e investigação dos novos materiais é um processo demorado, que envolve quatro etapas: coleta, preparação, imagens e esquematização. A preparação é a fase mais demorada, porque o fóssil tem que ser retirado da rocha sem causar danos. O procedimento pode ser realizado de forma mecânica, com uso de trepanadores e brocas, ou de maneira química, utilizando ácidos. Depois da produção da imagem vem a fase dos esquemas, quando o pesquisador descreve a nova descoberta e publica o trabalho para conhecimento e análise da comunidade científica.
Os visitantes do Museu são, em sua grande maioria, estudantes dos ensinos fundamental e médio de Rio Claro e região, mas também há estudantes de outras universidades. A comunidade também pode visitar o Museu, mediante agendamento prévio pelo e-mail liliamdb@rc.unesp.br. Informações também podem ser obtidas pelo site www.rc.unesp.br/museupaleonto/. Geralmente as visitas são feitas em conjunto com o Museu de Minerais e Rochas “Heinz Ebert”, do Departamento de Petrologia e Metalogenia da Unesp Rio Claro.
Edneia Silva
Portal Unesp