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Acaba em abril inscrição de projeto sobre etanol

Publicado em 11 março 2008

O diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, disse, durante workshop sobre bionergia, que a instituição acaba de fechar com a Braskem acordo de cooperação que prevê desembolso de R$ 50 milhões em cinco anos para desenvolvimento de processos na área alcoolquímica. Podem participar pesquisadores vinculados a instituições de ensino e de pesquisa, públicas e privadas de São Paulo. As propostas podem ser encaminhadas à Fapesp até 22 de abril. A fundação mantém ainda convênios com a Dedini, para o desenvolvimento de novos processos de produção de etanol, e com a Oxiteno, na área de materiais lignocelulósicos.

A exposição de Brito Cruz foi feita no evento que fechou o Ano Brasileiro-Britânico da Ciência & Inovação. Durante o encontro, realizado na sede da Fapesp, em São Paulo, pesquisadores britânicos e brasileiros avaliaram ações em áreas como a dos biocombustíveis, produção de biomassa e produção de etanol a partir da lignocelulose.

Brito Cruz apresentou o Programa de Pesquisas em Bionergia da Fapesp e disse que ele não se refere apenas ao etanol, mas à bionergia. De acordo com o diretor-científico da fundação, o programa foi pensado em módulos temáticos: produção de biomassa (melhoramento da cana para produção de energia), produção de etanol e outros produtos a partir de açúcares e celulose, novos processos em alcoolquímica, células de combustível com base em etanol, economia de etanol e produção de bioenergia e meio ambiente. A professora Gláucia de Souza explicou que o programa de genoma da cana envolve cerca de 50 pesquisadores de mais de 40 universidades espalhadas pelo mundo.

Parceria com Braskem ¿ Na parceria entre a Fapesp e a Braskem, as instituições se comprometem a desembolsar R$ 25 milhões cada uma para o desenvolvimento dos programas na área de alcoolquímica.

O trabalho terá dois eixos principais. O primeiro vai avaliar processos de síntese de intermediários, monômeros e polímeros a partir de fontes renováveis como etanol, biodiesel ou outros açúcares. O segundo vai investir em pesquisas para dotar os chamados polímeros verdes de propriedades físico-químicas (elasticidade, durabilidade, resistência, entre outras) que permitam sua utilização em diferentes aplicações.

O workshop sobre bionergia contou com a participação do conselheiro-chefe para assuntos científicos do governo britânico (cargo equivalente ao de ministro de Estado no Brasil), John Beddington, do cônsul-geral britânico, Martin Raven, do chefe-executivo-interino do Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), Steve Visscher, do presidente da Fapesp, Celso Lafer, do diretor-científico da fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, do mestre em química Microbiológica pela NewCasttle David J. Leak, da diretora-científica do Centro de Bioenergia e Mudanças Climáticas de Rothamstead, Angela Karp, entre outros.