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A tuberculose ainda empobrece famílias (3 notícias)

Publicado em 15 de fevereiro de 2024

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Uma das metas da OMS para a superação da tuberculose até 2030 se refere ao prejuízo financeiro que ela causa a quem adoece: o objetivo é que nenhuma família tenha sua renda anual comprometida em mais de 20%, o chamado custo catastrófico . Infelizmente, o Brasil ainda está longe dessa realidade, como mostra uma pesquisa liderada por Ethel Maciel, que além de secretária do Ministério da Saúde é professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Segundo esse estudo, publicado no final de 2023 no periódico Plos One , cerca de metade dos pacientes comprometem um quinto de sua renda familiar para tratar a doença – mesmo com o tratamento estando disponível gratuitamente no SUS. Uma interessante matéria da revista Pesquisa Fapesp expõe os principais dados da pesquisa.

Há os custos médicos diretos, que incluem consultas ou exames extras; custos não médicos diretos, aqueles que envolvem o transporte e a alimentação para o tratamento; e os custos indiretos, que são basicamente a perda de renda que a doença e o tempo gasto com seu tratamento provoca. 48% das famílias analisadas tiveram gastos catastróficos – e o percentual aumenta para 78,5% entre as de pacientes que contraíram a bactéria resistente a antibióticos, que pode permanecer dormente no corpo por anos. Os custos extras anuais somaram, em média, R$ 8.118,74 – quase sete vezes o valor do salário mínimo em setembro de 2021, quando foi feita a análise. Há ainda dois agravantes de peso, quando se trata do empobrecimento causado pela tuberculose: a coinfecção com HIV, que eventualmente aumenta a gravidade da doença; e a precarização do trabalho. Os autônomos, por não terem licença médica ou previdência, empobrecem mais. Nos dois casos, as chances de haver gastos catastróficos triplicam.