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A musculação reduz a pressão, mas qual a frequência e intensidade certa? (90 notícias)

Publicado em 16 de fevereiro de 2023

Como a musculação pode ajudar a reduzir a pressão arterialComo a musculação pode ajudar a reduzir a pressão arterial

A conclusão é de um estudo brasileiro publicado na revista Scientific Reports

Por Ricardo Muniz | Agência FAPESP 

Os benefícios foram observados em todas as idades no estudo, principalmente em pessoas até 50 anos iStock/Getty Images Publicidade O treinamento de força – praticado com carga de moderada a vigorosa, dois ou três dias por semana – é uma boa estratégia para diminuir a pressão arterial.Thiago Bethonico destacou a importância das artes marciais em diversos âmbitos Polícia norte-americana faz uso da defesa pessoal para conter suspeitos (Foto: Divulgação) Em países como os Estados Unidos, França, Japão, Israel e Índia, as artes marciais foram adotadas no treinamento de suas forças policiais.Dante Alighieri , nos Jardins, o assunto foi trazido pelos próprios alunos e a discussão está aberta..

A conclusão é de um estudo brasileiro publicado na revista Scientific Reports.Os mecanismos de diminuição da pressão arterial por meio de atividades aeróbicas têm sido bem estudados.Os benefícios vão desde de preparar os agentes de segurança para o trabalho, como contribuir com um melhor condicionamento físico.No entanto, existem poucas investigações sobre o exercício de força, como essa conduzida por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp).E, neste espaço de diálogo, os alunos trouxeram a questão do ChatGPT e estamos conversando sobre o ganho de se usar uma ferramenta como essa quando estamos formando seu repertório”, disse Verônica Cannatá, coordenadora e professora de Tecnologia Educacional no Colégio Dante Alighieri.Sob a coordenação de Giovana Rampazzo Teixeira, professora do Departamento de Educação Física da Unesp de Presidente Prudente, o grupo conduziu uma revisão sistemática da literatura científica sobre o tema com meta-análise – tipo de estudo considerado padrão-ouro em nível de evidência.Ele comenta que os benefícios do ensino de artes marciais para a polícia não contribuem apenas com a defesa pessoal dos agentes, mas também com a saúde emocional.O objetivo foi verificar a intensidade, o volume e a duração do treinamento que garantiriam os melhores resultados.Para ingresso, também podem ser usadas as notas do Enem 2021.

A pesquisa contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e foi financiada pela FAPESP por meio de três projetos."Um policial que simplesmente tem uma arma, e que passou pela academia de polícia 10 anos atrás, não tem treinamento para lidar com as situações da rua.Virão outros e estaremos sempre atentos”.As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e a hipertensão arterial responde por 13,8% delas.A condição é considerada um problema quando os níveis ficam acima de 140 milímetros de mercúrio (mmHg) de pressão arterial sistólica e acima de 90 mmHg de pressão diastólica."O policial que se graduou na Academia de Polícia teve um treinamento básico.Trata-se de uma doença multifatorial, desencadeada por hábitos como sedentarismo, má alimentação, consumo de álcool e tabagismo.O colégio quer que os professores estejam preparados antes de conversar formalmente com os alunos sobre as regras para o uso do ChatGPT.Já se sabia que o treinamento de força era uma opção terapêutica, mas havia, até então, pouca certeza sobre os protocolos mais eficientes.Por exemplo: um agente de segurança pública que se sente em situação de perigo, pode até mesmo tirar a vida de alguém.

Com uma amostragem de 253 participantes, com média de idade de 59 anos, foi feita a análise com base em uma série de ensaios controlados que avaliaram o efeito do treinamento por oito semanas ou mais.“Focamos em estabelecer o volume e a intensidade que fossem suficientes para alcançar uma redução significativa de valores da pressão arterial.Thiago pontua que o treinamento com artes marciais ajuda em situações de resistência à prisão e deve ser aplicado quando o policial está em risco.Continua após a publicidade.Em média, o treinamento de força realizado em oito a dez semanas foi suficiente para uma redução de 10 mmHg sistólico e 4,79 mmHg diastólico”, conta Teixeira à Agência FAPESP.O estudo mostrou que resultados efetivos eram observados por volta da 20ª sessão de treinamento e os efeitos hipotensivos benéficos duravam até 14 semanas mesmo depois que os exercícios eram interrompidos – fase chamada de destreinamento.Além disso, os policiais são instruídos sobre a quantidade de força a aplicar para não oferecer risco à vida da pessoa que será presa.Continua após a publicidade “Na prática clínica ou até no dia a dia das academias, os profissionais que depararem com um sujeito hipertenso poderão usar o treinamento de força como tratamento não farmacológico para hipertensão arterial, sabendo quais são as variáveis necessárias para que isso seja alcançado e sempre levando em consideração os objetivos da pessoa”, explica a pesquisadora.

Análise sistemática Durante muito tempo apenas o treinamento aeróbio era indicado para o tratamento da hipertensão arterial e, por isso, os estudos moleculares eram quase que inteiramente restritos a essa modalidade.Onde trabalho, por exemplo, treinamos uma vez por semana gratuitamente na academia de polícia.“Recentemente, o treinamento de força entrou nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, mas muito ainda deve ser investigado para que tenhamos evidências mais robustas.As perspectivas de novos estudos se baseiam nos mediadores moleculares que são os responsáveis por essa redução da pressão arterial em nível vascular e sanguíneo durante o treinamento de força”, pondera Teixeira.Mas, muitas vezes, isso não funciona muito bem.A revisão sistemática foi a forma como os pesquisadores puderam analisar a amplitude e a robustez de evidências sobre o potencial do treinamento de força.Revisões anteriores verificaram que havia algum efeito, porém, o trabalho agora publicado fornece evidências adicionais importantes, como intensidade da carga, volume e frequência semanal.O treinamento com artes marciais para a imobilização é uma ajuda muito boa", concluiu.

Os pesquisadores reuniram inicialmente 21.132 artigos, dos quais 54 cumpriam critérios para análise de texto completo.Destes, 14 foram considerados relevantes para a revisão.O efeito mais vantajoso foi observado em protocolos com intensidade de carga moderada a vigorosa, acima de 60% da carga usada para uma repetição máxima, a mais intensa suportada pelo indivíduo.Ou seja, se a máxima carga com a qual consegue fazer uma única repetição é de 10 quilos, a carga mais vantajosa de treino estava acima de 6 quilos.

Outra observação importante foi atestar que a frequência deve ser de pelo menos duas vezes por semana, mantida por, no mínimo, oito semanas.A maioria dos estudos da revisão abrangeu pessoas entre 60 e 68 anos, com apenas dois estudos incluindo uma população mais jovem (entre 18 e 46 anos).Sete estudos incluíram pacientes de ambos os sexos, em outros sete estudos a amostra foi composta apenas por mulheres e um dos trabalhos incluiu apenas homens.Observando os subgrupos, também foi descoberto que o efeito da intervenção está relacionado à idade.Aqueles entre 18 e 50 anos apresentaram efeitos hipotensores consideravelmente maiores em comparação à faixa etária entre 51 e 70 anos.

“De toda forma, o treinamento de força pode ser realizado em qualquer idade, pois mesmo em pessoas mais velhas há benefícios hipotensivos”, atestam os pesquisadores.Estudos futuros devem desvendar os mecanismos celulares e moleculares responsáveis pela diminuição da pressão arterial em decorrência do treinamento de força.O que se sabe é que durante a atividade física há aumento da frequência cardíaca, aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos (vasodilatação), maior fluxo sanguíneo e aumento da produção de óxido nítrico (composto com efeito vasodilatador).Em longo prazo, o exercício promove adaptações, como diminuição da frequência cardíaca de repouso, melhora da eficiência cardíaca e aumento do volume máximo de oxigênio que o organismo consegue absorver a cada respiração (VO2máx).Entre as limitações destacadas pelos pesquisadores está a inclusão de pacientes que faziam uso de anti-hipertensivos em 11 dos 14 estudos, como β-bloqueadores, diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio e inibidores da enzima conversora de angiotensina.

Há também o fato de alguns artigos utilizarem homens e mulheres no mesmo grupo de intervenção, o que impede a análise de acordo com o sexo.Continua após a publicidade.