No mês de setembro, especificamente no dia 5, comemoramos o dia da Amazônia. A questão ambiental nunca esteve em uma posição tão central como na atualidade. Por isso, datas como essa nos fazem refletir sobre a importância das florestas não apenas para o presente, mas, principalmente, para o futuro.
Em 2021, o relatório mundial das cidades foi apresentado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que fez um alerta importante: até 2050, 68% do planeta será formado por áreas urbanas; em 2021, o percentual era de 56%. Informações como essas nos fazem questionar: diante de um crescimento tão intenso da urbanização mundial, onde as florestas estarão inseridas no contexto previsto? Haverá espaço para elas? Se sim, qual a importância que elas terão em um mundo cada vez mais urbano?
Para entendermos a importância da cobertura vegetal das florestas, precisamos compreender a sua colaboração nos diversos aspectos da vida no planeta Terra. As florestas estão diretamente ligadas à prevenção de vários problemas que atingem os países e que ficarão mais graves no futuro. Dessa forma, sua preservação deixa de ser apenas uma questão de preservação vegetal e passa a ser a preservação das condições básicas para a vida no planeta.
Um dos fatores que determinam a importância das florestas para o futuro é a regulação climática, já que existe uma influência direta das florestas sobre o ambiente e o clima, principalmente em relação à temperatura e à umidade. Um estudo publicado pela revista Científica Nature, em novembro de 2021, analisou 293 cidades na Europa e mostrou que as cidades arborizadas são em média até 12°C mais frias do que os espaços urbanos sem árvores.
Outro aspecto é a sua participação fundamental no ciclo da água, ajudando no regime das chuvas, preservação dos cursos dos rios e manutenção dos reservatórios de água. A liberação do vapor d’água ocorre por meio da evapotranspiração das árvores, que é um fator regulador da umidade e mantenedor da umidade relativa do ar, tão importante para a redução de doenças respiratórias.
A cobertura vegetal é de extrema importância para manter o solo protegido. Atualmente, em diversas partes do mundo, o desmatamento para a prática de agricultura levou a processos de perda do solo e de sua fertilidade, além da erosão e desertificação.
Diante do crescimento acelerado das cidades, a capacidade de absorção do carbono da atmosfera ganha maior destaque. Por meio da fotossíntese, as florestas são capazes de absorver o dióxido de carbono.
Segundo pesquisa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz de absorver de 150 a 200 toneladas de carbono, sendo um aspecto positivo no processo de utilização das florestas no combate à poluição.
O futuro nos revela muitas surpresas, porém algumas certezas já fazem parte do nosso presente. Podemos dizer que a capacidade de sobrevivência será reduzida em um mundo extremamente urbano e altamente populoso.
Segundo ponto: precisamos de um processo de educação ambiental que vá além da informação, é necessário educar e cuidar. Ao aliar o cuidado ao processo educacional, passamos a integrar a vida do ser humano e todas as outras espécies às florestas, como parte de um sistema.
Não podemos apenas apresentar a preservação ambiental como uma série de atitudes isoladas e desconexas, é preciso apontar os benefícios que a manutenção das florestas trará para sua vida em particular. Assim, ao cuidar das florestas, cuidaremos da nossa própria sobrevivência.
Prof. Claudio de Brito Neri, docente de Geografia do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.