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DCI online

A face oculta dos materiais nanométricos

Publicado em 20 julho 2015

Ribeirão Preto e região - O Centro Para Desenvolvimento de Materiais Funcionais (Cdmf) está lançando o livro Nanoarte: A arte de fazer arte, com coordenação de Elson Longo e imagens de nanoarte, já expostas em vários países e em muitos estados do Brasil.

 

O objetivo principal é mostrar a face oculta da estrutura dos materiais nanométricos e difundir em forma de arte o conhecimento sobre os semicondutores. Suas múltiplas morfologias com propriedade ópticas e elétricas distintas. Na obra, estão as imagens que foram criadas a partir de medidas de microscopia eletrônica. Elas foram coloridas, pois a original é em branco e preto. Por outro lado, tem muita semelhança aos objetos que nos rodeia. Daí, o grupo de microscopia criou uma nova imagem visualizando transformá-la em arte e chamar a atenção para ciência moderna e seus meandros invisíveis. O Cdmf faz parte do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp /Unesp e tem apoio do CNPq.

 

No prefácio, Maria A. Moraes Silva, ressalta que o livro trata de questões relacionadas ao ponto de confluência entre ciência, técnica e arte. "A natureza é descoberta pelo conhecimento científico por meio da técnica. Em vários momentos a natureza invisível a olho nu torna-se visível e de rara beleza. Reside aí o ponto de confluência entre ciência, técnica e arte. Na realidade, a natureza é o belo, que, por meio de um processo de transubstanciação, conseguido pela técnica, torna-se conhecida, visível. A transubstanciação é produto da dialética entre natureza visível e invisível. Reside aí a criatividade do autor do livro ao imprimir uma dupla legenda a cada uma das imagens - naufrágio na tempestade (óxido de titânio); leques à La espanhola (biosensor); corais (nanotubo de carbono); colmeia (alumina porosa); maçã do amor (óxido de estanho e índio) -, e assim por diante".

 

A obra explica que, de uma forma simples, podemos definir nanotecnologia como sendo o termo utilizado para descrever a criação, manipulação e exploração de materiais com escala nanométrica. Aqui cabe outra definição, um nanômetro (nm) é um metro dividido por um bilhão ou seja, 1 nm é igual a 10-9 m.

 

Só para se ter ideia de tamanho, um fio de cabelo é cerca de 100 mil vezes maior que um nanômetro.

 

Quando se encontra ao nível nano, a matéria torna-se invisível ao olho humano.

 

Fazendo uma comparação na escala nanométrica, as partículas são menores que 100 mil vezes à espessura de um fio de cabelo, menor que uma bactéria, relacionada com o tamanho de um vírus.

 

A Nanoarte revela aos olhos o oculto da natureza, tornando palpável ao racional aquilo que é inatingível ao ser humano. Há um movimento de controle da razão pela música, que desperta sentimentos, os quais escapam como fumaça ao controle da razão e do belo, conduzindo-nos a uma espécie de mergulho no infinito devaneio. Ao emergirmos, há a sensação de paz e tranquilidade espiritual.

 

 

 

Bete Cervi