Notícia

O Imparcial (Presidente Prudente, SP)

A Ciência do Maranhão encolheu

Publicado em 05 novembro 1999

Por maior que tenha sido o esforço do Sr. Jorge Aboud em pretender mostrar que a Ciência do Maranhão não encolheu com a extinção da FAPEMA, na entrevista publicada no Jornal O Estado do Maranhão de 26/ 09/99,ele não conseguiu. O Maranhão perdeu e perdeu muito com a extinção da sua fundação de amparo à pesquisa. Não dá para entender. Pois, como ouvi do Prof. Luís, secretário da SBPC no Maranhão, foi no governo do ex-Presidente Sar-ney que o CNPq mais investiu em bolsa de iniciação científica no país. Era presidente do CNPq, naquela época, o Prof. Crodowaldo Pavan. Ou, então, não se acredita na inteligência do povo do Maranhão. Como aliás ficou patente no artigo do Sr. Jorge Murad, intitulado Olhando para o Futuro. No citado artigo, ele diz que o Governo do Maranhão vai buscar parcerias com a FAPCEN- Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte. Isto é, extinguem a FAPEMA, e, ao perceberem que o FAPEM - Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão não pode substituir a FAPEMA, vão atrás de novos parceiros. Lamento profundamente não ter podido conversar com o senador Sarney, quando ele esteve em Caxias para assistir a defesa de monografia da nossa conterrânea Marise, no Curso de Educação da UEMA, a qual versava sobre um dos livros publicados pelo senador. Gostaria de lhe perguntar como é possível acabar com a FAPEMA? Um órgão que efetivamente contribuía para tirar o Maranhão do atraso, como muito bem diz o nosso prof. Sebastião, membro da Academia Maranhense de Letras ? Não dá para entender como se acaba com um órgão democrático e muito bem gerenciado pela comunidade científica do Maranhão, a exemplo da FAPESP para o Estado de São Paulo, e se coloca no lugar um órgão (FAPEM), onde o único critério utilizado para qualquer pagamento ou renovação de bolsa de estudo é exclusivamente político. Talvez o Governo tenha se dado conta que é melhor o Maranhão continuar atrasado, onde falte a reflexão e a produção científica, assim, o Futuro fica igual ao Passado. E, assim, acaba o gerenciamento independente da pesquisa no Maranhão: deu-se um passo atrás na nossa história. Lúcia Helena Castro da Silva, residente em Caxias/Maranhão e Graduada em História pela UEMA - Universidade Estadual do Maranhão.