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Jornal Primeira Página

A alta tecnologia na universidade (1 notícias)

Publicado em 15 de janeiro de 2012

Há mais de 70 anos, quando você, leitor, nem sonhava com a internet e muito menos com sua popularização e uso comercial, o físico indiano Narinder Singh Kanpany trabalhava com uma tecnologia que revolucionaria a maneira como as informações são transmitidas pela rede.

Narinder foi o inventor da fibra óptica (1930), tecnologia, hoje amplamente utilizada para transmissão de informações digitais, por longas distâncias. Para aqueles que se recordam da ineficiência da internet discada, a fibra óptica pode ser considerada o objeto de maior admiração - e inveja - da prototípica e ineficiente conexão por linha comutada.

A comunidade científica, que desde o início teve muito a ver com esse achado (prova disso é ele ter sido inventado por um físico), sempre buscou maneiras eficientes não só de transmitir a informação, mas torná-la acessível ao maior número de pessoas. E, embora a fibra óptica ainda esteja um pouco distante de sua popularização, muitos estudiosos brasileiros - através do financiamento de agências de fomento - têm trabalhado para que esse fato ocorra rapidamente.

Uma dessas agências - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) -, criou, em 2001, a Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (TIDIA), programa lançado com o objetivo principal de transformar a internet em objeto de pesquisa.

Dessa forma, muitos estudiosos se interessaram pelo programa e passaram a fazer parte dele. Um deles, Carlos Antonio Ruggiero, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), abraçou a causa e integrou-se ao Kyatera - um dos subprojetos contemplados pelo TIDIA. "A Fapesp tem um papel muito importante em relação à internet, pois foi graças à sua atuação que houve a primeira conexão da internet do Brasil com os Estados Unidos. Isso em 1991, relembra Ruggiero. Nessa época, eu era licenciado pelo IFSC, para coordenar o CCE [Centro de Computação Eletrônica da USP], e ligamos a USP à internet duas semanas após a FAPESP ter feito o mesmo, ou seja, a USP foi a segunda instituição do Brasil a se conectar na internet" disse.

Dois anos após o lançamento do Tidia, vários projetos de pesquisa (incluindo o Kyatera) receberam as verbas para serem concretizados. "A Fapesp financiou nosso projeto com Re1 milhão, mas o total de investimentos foi muito maior, no valor de Re8 milhões", conta o docente.