A Agência de Inovação da Unicamp (Inova) acaba de lançar a Diligência da Inovação, projeto inédito no meio acadêmico que tem como objetivo estudar o potencial de negócios das patentes registradas pela Universidade. A iniciativa ocorre apenas dois meses depois de a unidade ter anunciado a formação de um banco de patentes, cujo objetivo é obter dez licenciamentos novos por ano. Segundo o diretor de parcerias e projetos colaborativos da Agência, professor Roberto Lotufo, a idéia agora é ir além de um banco de patentes e disponibilizar para o mercado um banco de negócios.
Os estudos desenvolvidos pela diligência serão divididos em quatro partes: caracterização da tecnologia, prova de conceito, estudo de mercado e a análise de viabilidade econômica. "O objetivo é fazer uma análise detalhada da tecnologia, identificar os modelos de introdução da tecnologia no mercado, bem como os melhores caminhos para a comercialização e transferência tecnológica", explica Lotufo, que na última quinta-feira coordenou um seminário no Centro de Tecnologia da Unicamp para apresentar o projeto.
Durante o seminário foi apresentado um projeto-piloto, envolvendo a patente "Processo de obtenção de catalisadores da conversão de CO a CO2 e catalisadores assim obtidos", do professor Eduardo Vichi. Para esse primeiro caso foi contratada a empresa Instituto Inovação (www.institutoinovacao.com.br), de Belo Horizonte, especializada no estudo de viabilidade de projetos com potencial de mercado. O estudo deverá durar dois meses. Durante esse período, a Inova concluirá a formatação do projeto global para dar início à segunda fase, que consistirá no estudo de outras patentes durante seis meses.
"Faremos um edital para convidar os inventores que queiram fazer diligências de seus projetos", diz Lotufo. A proposta da Inova é que nessa segunda fase os estudos sejam feitos com a participação de alunos e profissionais de várias áreas. Segundo o diretor, uma equipe de professores da Unicamp terá a missão de definir as linhas gerais e supervisionar o projeto. Abaixo dessa equipe haverá outro grupo, composto por profissionais do Instituto da Inovação e da Inova, que vai coordenar a execução do trabalho. O estudo propriamente dito deverá ser feito por alunos e outros interessados que atuam no setor. "Há várias empresas formadas por ex-alunos que têm interesse nesse tipo de projeto", observa.
O professor Roberto Lotufo, diretor da Inova: "Queremos que o projeto crie uma nova cultura na Unicamp" .
A segunda fase dos estudos está orçada em R$ 300 mil. Para conseguir os recursos, a Inova já acertou uma parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa, que fará o aporte de R$ 100 mil através do Fundo de Apoio de Ensino e à Pesquisa (Faep). O restante Lotufo espera obter junto a outros órgãos como Sebrae, Fapesp e Finep. "Estamos muito otimistas em conseguir esse financiamento porque nosso projeto está em perfeita sintonia com a necessidade de inovação tecnológica no cenário brasileiro". Em entrevista ao Jornal da Unicamp, Lotufo detalhou as metas e expectativas do projeto.
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Jornal da Unicamp