Amostras foram coletadas em 2023 para analisar os riscos ecológicos e os impactos à saúde humana
Um estudo preliminar divulgado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPESP), revelou que aproximadamente 90% dos crustáceos coletados no litoral de São Paulo estavam contaminados por microplásticos em seus sistemas digestivos, com destaque para o camarão-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri).
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A pesquisa é realizada em duas áreas: a Baixada Santista, que engloba zonas industriais, portuárias e pesqueiras, e Cananeia, no litoral sul de São Paulo, uma região com menor intervenção humana.
As amostras começaram a ser coletadas em 2023, para analisar tanto os riscos ecológicos quanto os possíveis impactos para a saúde humana decorrentes dessa poluição.
Embora a quantidade varie entre os locais, essa elevada porcentagem de contaminação gera preocupações sobre as consequências a longo prazo para os consumidores e para o ambiente.
A pesquisadora responsável pelo projeto diz que o objetivo é investigar a contaminação dos crustáceos em ambientes distintos.
O primeiro passo da pesquisa consiste em medir a quantidade de microplásticos presentes no sistema digestivo dos camarões e depois analisar se essa contaminação afeta a qualidade nutricional desses animais.
Os microplásticos são partículas plásticas com menos de 5 milímetros de tamanho e representam cerca de 92,4% dos resíduos plásticos encontrados no mar.
A presença dessa poluição representa uma ameaça tanto para a saúde dos humanos que consomem frutos-do-mar quanto para o próprio ecossistema marinho.
Componentes da cocaína, remédios e cafeína foram encontrados no mar de Ubatuba , no litoral norte de São Paulo, após pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em dezembro do ano passado.
Foram encontrados 15 componentes químicos em diferentes concentrações a partir de diversas amostras de água do mar.