A Associação Brasileira de Agribusiness discute o tema “Agronegócio e Sustentabilidade” durante o 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness, nos dias 11 e 12 de agosto, em São Paulo. Conferencistas de diferentes áreas de atividades ministrarão palestras abordando tópicos como Amazônia, novas tecnologias, pesquisas recentes, propriedade e infra-estrutura, uso da terra, certificações, agroenergia, mercado externo, entre outros.
São Paulo/SP - O 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness traz em sua pauta para 2008 a reunião de temas pioneiros para o agronegócio do País: a sustentabilidade, formas para superar as barreiras técnicas e a discussão de iniciativas que terão desdobramentos positivos para o setor. A grande novidade será o lançamento do estudo “Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira”, com a apresentação de dados sobre os impactos econômicos causados pelas mudanças climáticas. O trabalho foi realizado pela Embrapa de Campinas, em parceria com o governo britânico.
Neste congresso realizado pela Associação Brasileira de Agribusiness – ABAG, o tema sustentabilidade será debatido pela primeira vez por representantes de diferentes áreas de atividades ligadas ao setor. A sétima edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness será realizada pela Abag, nos dias 11 e 12 de agosto, no Hotel WTC (Av. Nações Unidas, 12.559), em São Paulo. As inscrições podem ser feitas diretamente no site da associação (www.abag.com.br).
O Congresso contará com a participação de estudiosos do tema, pesquisadores, associações ligadas à Amazônia, ambientalistas, técnicos e consultores de atividades como pecuária e agroenergia, jornalistas, poder público e conferencista internacional.
Dividido em quatro painéis com diferentes enfoques, o evento tem como missão não somente discutir o conceito de sustentabilidade, mas, principalmente, desenvolver o tema com exemplos e ações práticas a serem aplicadas com vistas à sustentabilidade.
A palestra de abertura do Congresso está a cargo de Jacques Marcovitch, ex-reitor e professor titular da USP, que se dedica, desde 2002, a pesquisas relacionadas à implantação da Convenção do Clima/Protocolo de Kyoto. Sua apresentação levará aos participantes o conceito de sustentabilidade sob quatro dimensões: ambiental, econômica, social e cultural.
“Quando se fala em sustentabilidade se fala em longo prazo. Então, procuraremos refletir sobre como podemos detectar tendências atuais que permitam aos empresários serem os arquitetos de horizontes promissores”, explica o professor.
“O trabalho da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, que será apresentado logo depois da minha palestra, realizado com vegetais, cujas raízes se tornaram maiores para terem mais acesso à água, é um exemplo de como se pode agir hoje pensando nos efeitos de um futuro aquecimento global”, adianta Marcovitch.
O tripé da perenidade
Para o presidente da ABAG, Carlo Lovatelli, a perenidade do agronegócio não depende mais somente de um produto economicamente viável. Esta condição, para o executivo, é necessária, mas não suficiente. “Hoje em dia, um produto tem de estar sustentado em três bases: ser economicamente viável; ser ambientalmente correto; e ser socialmente justo”, enumera.
Lovatelli explica que um produto que não atenda a estas condições não será aceito, tanto por consumidores estrangeiros quanto nacionais. “O consumidor está muito mais informado; tem acesso a diferentes mídias, de diferentes lugares, e não aceita mais produtos que não contemplem alguns critérios de sustentabilidade”.
O presidente da ABAG ressalta a atenção da Europa sobre o Brasil: “O mercado europeu é o maior vigia de plantão da forma como nós processamos e obtemos nossos alimentos. Eles desenvolvem várias iniciativas neste sentido. O Brasil é foco total da atenção deles”, considera. E complementa: “O Velho Continente condiciona a compra de produtos do Brasil a uma série de regras impostas, às vezes de forma até um pouco injusta. Eu diria que é, de longe, o mercado que mais está atento à sustentabilidade do agronegócio brasileiro”.
O soberbo capital brasileiro
A grande maioria dos biomas naturais que restaram no planeta está localizada em solo brasileiro. Ao mesmo tempo em que coloca o País sob a atenção internacional, essa realidade eleva o Brasil à condição de única nação no mundo a reunir elementos fundamentais para o desenvolvimento do agronegócio sustentável, tais como água, sol e terra.
A responsabilidade de administração desses recursos é brasileira. Segundo Carlo Lovatelli, “trata-se de um capital fabuloso, que temos de saber aplicar sem cair em extremos como não explorar em hipótese alguma ou explorar até terminarem os recursos”. Ele cita a Amazônia como exemplo: “Há 23 milhões de pessoas morando na Amazônia Legal, e elas precisam viver de alguma coisa. Tem de haver uma viabilidade econômica. Então temos de saber explorar isso.”
Ainda que o agronegócio brasileiro não tenha atingido o nível de sustentabilidade ideal, alguns resultados já podem ser mensurados neste sentido. “É o setor que mais tem acelerado, no que se refere à sustentabilidade”, afirma Lovatelli. “Temos áreas de ponta, que atendem aos mercados mais exigentes do mundo, com produtos como frutas, orgânicos e madeira”, aponta.
“Sustentabilidade é um dos grandes valores que estão sendo medidos. Não somos um País rico; não temos dinheiro para implementar o que queremos, então tudo leva mais tempo. A iniciativa privada tem de tomar mais parte para as coisas funcionarem, mas isso gera conflito. Enfim, estamos no caminho. Vai dar certo. Pode demorar, mas vai dar certo”, aposta o executivo.
O 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness será dividido em quatro diferentes painéis e contará com a participação internacional de Michael Conroy, economista americano que prevê uma revolução nos negócios, com a certificação de produtos que estejam adequados a práticas social e ambientalmente responsáveis.
Inscrições
As inscrições podem ser feitas diretamente no site da associação (www.abag.com.br) até o dia 8 de agosto. O valor da taxa de inscrição é de R$ 500,00. Dúvidas podem ser esclarecidas na Wenter Eventos, pelo telefone 11 3854-8060 ou por e-mail: cba@wenter.com.br. A programação completa dos dois dias do 7º CBA também já pode ser acessada diretamente no site www.abag.com.br.
Programação
Carlo Lovatelli, presidente da Abag, comandará a abertura oficial do evento, no dia 11 de agosto, às 14h30. Já confirmaram presença o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Carlos de Almeida Sampaio Filho e o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Onyx Lorenzoni.
O primeiro painel da segunda-feira, “Agronegócio e Sustentabilidade”, marcado para 16h10, terá a participação de Paulo Adário (Greenpeace), do deputado federal Homero Pereira e de Rubens Gomes, da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (OELA), que falarão respectivamente sobre os aspectos ambiental, econômico e social. A mediação será feita pelo jornalista Augusto Nunes, da Gazeta Mercantil.
“Sustentabilidade e o Ambiente Institucional”, às 18h20, contará com Roberto Waack (ARES), para tratar de conveniências e competências da sustentabilidade; Assuero Veronez (CNA), que analisa a questão fundiária e Virgílio Viana (Fundação Amazônia Sustentável), focando a infra-estrutura. O jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Record, será o moderador.
Neste mesmo dia, às 20 horas, será entregue o prêmio “Personalidade do Agronegócio 2008” ao fundador do Grupo Jacto, Shunji Nishimura, pelas mãos de Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP, e premiado ano passado, no 6º CBA. Na mesma ocasião, a ABAG fará uma homenagem aos 35 anos da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Será lançado ainda o livro “Abag 15 Anos”.
Na terça-feira, dia 12 de agosto, às 9 horas, o primeiro painel: “Agroenergia e Sustentabilidade” contará com as presenças confirmadas do vice-presidente da Abag e presidente do Comitê Nacional de Agroenergia, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, que falará sobre etanol; Marcello Brito (Agropalma) com o tema biodiesel; Weber Porto (Evonik Degussa), abordando a questão dos químicos; Carlos Silvestrin (Cogen-SP e Unica), com o tema bioeletricidade e Sillas Oliva Filho (Petrobras) dando enfoque a combustíveis renováveis e a infra-estrutura e mercado externo. A moderadora é a jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, e responsável pela coluna “Direto da Fonte”, Sonia Racy.
Às 14h20, no painel internacional “Sustentabilidade no Agronegócio: Ameaça ou Oportunidade?”, participarão o doutor e professor da Universidade do Texas e diretor da empresa Colibri Consulting, Michael Conroy, para tratar da Revolução da Certificação nas Corporações; Carlos Henrique de Brito Cruz (Fapesp) para falar sobre inovação e sustentabilidade; André Nassar (Icone) com o tema “Mudança no Uso da Terra e Certificação” e Evaristo Eduardo Miranda (Embrapa), abordando o “Alcance Territorial da Legislação Ambiental sobre a Agricultura”. O painel será mediado pelo jornalista William Waack.
O último painel, às 17 horas, intitulado “O Ambiente Político e o Crescimento Sustentável” também será moderado por William Waack e terá a participação de Pedro Parente (Grupo RBS), Jorge Viana (presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre) e Alysson Paolinelli (Listen).
O 7º CBA terá ainda duas palestras, uma dia 11, às 15h30, com o tema “Sustentabilidade”, com o professor da USP, Jacques Marcovitch, ancorado pelo vice-presidente da Abag, Cristiano Walter Simon e “Sustentabilidade e Relações Internacionais”, dia 12, às 11h50, com André Corrêa do Lago, do Ministério das Relações Exteriores e, como âncora, o diretor da Abag, Ingo Plöger.
Para encerrar o congresso, o humorista Chico Anysio fará um show especialmente produzido para o evento.
O 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness tem patrocínio da Petrobras, Bunge, Abimaq, Anfavea, Banco do Brasil, Bayer CropScience, BM&F Bovespa, Dekalb, PriceWaterHouseCoopers, Sadia, Unica e Vale. O evento tem ainda o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, Abag Ribeirão Preto, Agência Estado e Safras & Mercados.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Abag