Ao longo dos seus quase 20 anos, o Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), a incubadora do IPEN/USP, já capacitou mais de 200 startups pelo Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), uma iniciativa da Fapesp, com recursos totais em torno de 50 milhões.
Essa linha de fomento estadual apoia projetos inovadores desenvolvidos por pequenas microempresas, com sede no Estado de São Paulo. Dividido em três fases, o PIPE contempla empresas com diferentes perfis, mas é importante conhecer qual o nível e a fase que o seu projeto está para não errar na hora de se inscrever.
“Muitos empresários se empolgam com seus projetos a ponto de serem absorvidos de maneira perigosa e com isso não conseguem visualizar exatamente qual a melhor fase para se inscrever nos programas de fomento. Na incubadora, uma startup consegue orientação para o seu projeto, acesso aos editais e contato com pessoas que já participaram nas diversas fases para uma boa e rica troca de ideias e dicas”, comenta Sérgio Risola, diretor-executivo do Cietec, que acrescenta “Esses recursos da FAPESP são importantes e muitas vezes definidores na atratividade de outros investimentos privados para as startups”.
O Consultor de fomento do Cietec, Isac Wajc, ressalta ainda que para ter sucesso na apresentação do projeto, é preciso prestar atenção nos detalhes. “A FAPESP leva em consideração não só o conteúdo da pesquisa a ser desenvolvida, mas também a forma com que o projeto é apresentado e se ele está nos moldes exigidos”, explica o especialista.
Pensando em ajudar os empreendedores que ainda possuem dúvidas sobre como participar de um edital de fomento, o Cietec destacou sete dicas primordiais.
Para submeter uma proposta ao PIPE I não é necessário ter empresa constituída, mas sim ter um bom projeto de produto/serviço de alta tecnologia que necessite de pesquisa. O PIPE visa apoiar pesquisas inovadoras em qualquer área do conhecimento, mas é preciso que a sua ideia seja inovadora e resolva algum problema real.
A proposta precisa ser original e ter respaldo da literatura científica recente. Se existirem poucos estudos sobre o tema é importante que o Pesquisador Responsável pelo projeto inclua alguns dados preliminares. Um cuidado importante é analisar se o projeto é inovador demais, pois ele pode ser considerado prematuro. Mantenha o pé no chão.
Para um Pesquisador Responsável pedir o auxílio à FAPESP é preciso que sua empresa seja de pequeno porte – ter até 250 funcionários – e estar localizada no estado de São Paulo. É importante destacar que o Pesquisador tem que se dedicar totalmente ao projeto (40 horas semanais).
O Pesquisador Responsável precisa ter “vínculo” com a empresa, pois será de sua responsabilidade a submissão da proposta e acompanhamento após aprovação. Os demais Pesquisadores (Principal e Associados), formam a equipe com demonstrada capacidade para execução das atividades descritas.
O Pesquisador deve realizar a pesquisa na empresa, ter experiência e competência no tema proposto. A avaliação será feita por até três pareceristas experientes, que analisarão os quesitos, tais como: objetivos, metodologia, capacidade do pesquisador responsável e equipe e inovação tecnológica proposta. Justifique e organize as informações com argumentos consistentes.
É possível fazer parcerias que o ajudem na execução do projeto, mas é preciso tomar cuidado para não terceirizar a sua atividade principal.
O PIPE tem chamadas trimestrais, mas os projetos podem ser submetidos a qualquer período, sendo consideradas para a chamada aberta naquela ocasião. É preciso ficar atento aos ciclos de rodadas constantes do Edital.