Nos casos mais graves de Covid-19 no Brasil, que levaram à hospitalização de pacientes, cerca de 45% dos internados têm entre 20 e 59 anos. Por outro lado, o número de mortes por complicações do novo coronavírus é maior na população acima dos 60 anos, são mais de 70% das mortes. O levantamento foi feito pelo portal Covid-19 Brasil, que é gerenciado por uma equipe de cientistas de diversas instituições nacionais, e tem como base o boletim de domingo (3) do Ministério da Saúde. Dos mais de 96 mil casos confirmados da doença até então, cerca de 72,3 mil foram internados.
A maior parte das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) se concentrou em pacientes na casa dos 50 anos ou menos, com mais da metade de todas as confirmações. O relatório apresentado pelos cientistas do portal Covid-19 Brasil alerta também para o alto número de internações em pacientes de até 5 anos, são 12% do total. O número é o maior entre os internados com menos de 20 anos.
Letalidade no Brasil
O levantamento também aponta uma estimativa de mortes por coronavírus no Brasil, levando em consideração os dados apresentados pelo boletim do Ministério da Saúde e registros em cartórios do país. O estudo do portal apresenta uma incidência de mais de 72% das mortes na população acima dos 60 anos, seguindo a tendência mundial de maior letalidade entre os idosos. Entretanto, o documento apresenta uma ressalva de que os números de mortes em pacientes com menos de 50 anos já é maior que o observado no exterior.
Mais jovens entre os primeiros infectados
Um outro estudo, liderado por pesquisadores brasileiros, destacou que a média de idade dos primeiros infectados pelo novo coronavírus no país foi de 39 anos, número muito baixo se comparado com outros países mais afetados. O artigo foi publicado como prévia (pré-print) e avalia os casos registrados no país até o dia 25 de março. Até aquele momento, o país tinha ainda 1,4 mil notificações e apenas 147 internações, ou seja, 10% dos casos. No mesmo período, a taxa de internações em todo o mundo era de aproximadamente 20% entre todos os infectados.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e reúne pesquisadores do Brasil, China, Equador, Estados Unidos, Holanda, Panamá e Reino Unido.
Fonte: G1 / Bem Estar